Durante reunião no Palácio das Esmeraldas, o peemedebista elencou diversos fatores para apoiar a reeleição de Marconi Perillo, fez duras críticas ao candidato peemedebista e ainda levantou dúvidas a respeito da origem de sua fortuna
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Depois do anúncio de que Friboi está liberando seus aliados a apoiarem Marconi Perillo (PSDB) – o que efetivamente significa que o empresário está do lado do tucano –, os ataques contra o líder peemedebista e candidato ao governo, Iris Rezende (PMDB), estão ficando mais contundentes. Frederico Jayme, integrante da nova dissidência do partido, atacou mais uma vez o candidato durante reunião nesta quinta-feira (17/7) no Palácio das Esmeraldas, e bradou: “Nós vamos salvar o PMDB”.

Questionado por jornalistas sobre os motivos do apoio ao governador Marconi Perillo, em detrimento do candidato do próprio partido, ele lista fatores como o empoderamento do PMDB por Iris e as motivações para participar da disputa. O ex-deputado ainda levantou dúvidas quanto à origem do patrimônio do ex-prefeito de Goiânia.

De acordo com Jayme, o motivo principal de Iris para concorrer às eleições é derrotar o governador. “Tenho que derrotar o Marconi!”, arremedou o ex-deputado. Ele completa alegando que Iris “não dispõe de um espírito de fraternidade”.

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Jayme também pôs em cheque a forma com que Iris obteve sua fortuna. “Eu já fiz esse questionamento publicamente antes e vou repetir: como é que Iris Rezende adquiriu o patrimônio que tem hoje? Não estou fazendo acusação, mas eu gostaria que ele explicasse isso a Goiás, porque muita gente tem essa dúvida.”

O peemedebista, que está atuando como coordenador de campanha de Marconi, pontua que Iris ocupou funções assalariadas, o que, a seu ver, torna impossível a criação de uma fortuna. “São tantos homens públicos que tem uma vida regular, e ele conseguiu uma fortuna astronômica. Então eu fico muito em dúvida. Eu gostaria que ele explicasse como é que se faz milagre”, disse.

Um fato utilizado por Jayme para apontar uma possível conduta suspeita de Iris foi a recente declaração de um avião como um dos um dos bens de Iris. ”Ele comprou um avião que declarou valer R$ 1,3 milhão ou algo assim, mas o seu valor de mercado é de R$ 6 milhões.” Jayme se referia a um turboélice King Air, que na verdade foi declarado em R$ 1,55 milhão. “Que milagre foi esse? Quem fez essa diferença astronômica, tirou R$ 4,5 milhões e vendeu a ele por pouco mais de R$ 1 milhão? Mas e esse R$ 1 milhão? Ele vendeu algum imóvel ou uma partilha de gado? Vendeu para quem? Pagou com cheque? Como é que foi?”, questionou.

Quando lembrado que Iris alega ter conseguido grande parte de seu patrimônio por conta de uma herança, Jayme rebateu tal possibilidade: “A herança era uma pequena área de terra em Guapó. Não sei de qual outra herança ele se beneficiou.”

Uma suposta truculência política de Iris também foi levantada por Jayme. “ele menospreza a todos. Ele menosprezou Henrique Santillo, botou para fora do PMDB o Mauro Borges, o Nion Albernaz, o próprio Marconi, que foi líder do PMDB jovem, que depois não teve espaço e teve que sair para crescer, para ter oportunidade para servir Goiás, porque não deixavam. Teve Henrique Meirelles – quantas vezes fui à residência dele dizer: “cuidado com o Iris, que ele sai dando rasteira em todos” –, Vanderlan Cardoso, outra vítima, e agora Júnior Friboi, com quem a coisa se tornou mais pública porque ele foi mais longe com sua pré-candidatura”, elencou. Apontando uma questão pessoal, o ex-deputado disse também que ele próprio se viu obrigado a abortar uma pré-candidatura de vice-governador porque Iris ameaçou ficar na prefeitura e abandonar a campanha do Maguito em 2006.

“Isso é uma prática dele e ele não faz isso com franqueza, com sinceridade. É no subterfúgio, na trairagem, é puxando o tapete das pessoas”, disparou. “Tem até um ditado no meio político que eu gosto de repetir: dizem que o punhal de Iris Rezende não enferruja nunca; está sempre cravado nas costas de um companheiro. Isso já faz parte da história política de Goiás.”

Jayme diz não temer retaliação do PMDB por conta de suas declarações e reitera que não vai deixar a legenda. “Vão ter que expulsar mais de 50% do PMDB de Goiás que vai apoiar o Marconi Perillo. Vocês vão ver isso no decorrer da campanha. Essa dissidência está crescendo muito”, declarou.

Segundo ele, esse grupo que está insurgindo no partido vai combater uma panela formada por Iris, sua esposa, a deputada federal Íris Araújo, e o ex-senador Mauro Miranda. “É essa panela, que está aí dilapidando o PMDB, enfraquecendo o partido. Nós vamos salvar o PMDB”, pontuou.