Frederico Bispo renuncia apoio oficial da Igreja Quadrangular à sua pré-candidatura
05 abril 2018 às 18h38
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De acordo com suas palavras, decisão é para que o Bispo tenha mais liberdade para trabalhar, preservando a igreja
Pré-candidato a deputado estadual, Frederico Bispo, de Anápolis, encaminhou nota nesta quinta-feira (5/4) em que confirma a renúncia do apoio oficial da Igreja Quadrangular ao seu projeto político.
O nome do religioso foi escolhido nas últimas convenções estaduais da denominação por mais de 70% dos pastores votantes, mas Frederico resolveu abrir mão do apoio oficial por ter “a convicção de que opiniões políticas são pessoais e não representam a opinião da Igreja”.
“Eu seria egoísta e prepotente ao afirmar que as minhas convicções políticas representam as convicções e pensamentos da Igreja. Assim também seria extremamente não democrático por parte da Igreja a afirmação de que todos os seus membros pensam iguais politicamente”, diz.
Frederico conclui dizendo que com essa decisão tem mais liberdade para trabalhar ao mesmo tempo que preserva a igreja. “Serei o candidato de Anápolis, apoiado pela igreja, sem ter sido lançado por ela, defendendo suas ideias e os propósitos cristãos”, explica. Confira abaixo, a carta da renuncia na íntegra:
NOTA DE ESCLARECIMENTO – FREDERICO BISPO
Ontem, dia 04 de abril de 2018, enviei ao conselho estadual da Igreja Quadrangular uma carta de renúncia, abrindo mão do apoio oficial da denominação à minha pré-candidatura e possível candidatura ao cargo de Deputado Estadual. Nas últimas convenções estaduais, meu nome foi escolhido por mais de 70% dos pastores votantes para representar a Igreja nesta honrosa missão.
A razão principal pela qual eu decidi renunciar ao apoio oficial desta denominação se apoia em alguns princípios democráticos fundamentais para qualquer que seja um processo eleitoral honrado. O pensador Aristóteles trouxe uma narrativa interessante sobre o assunto quando disse a seguinte máxima: “A democracia surgiu quando, devido ao fato de que todos são iguais em certo sentido, acreditou-se que todos fossem absolutamente iguais entre si.”
Entendo que o pensador estava querendo dizer que a beleza da democracia está na diversidade de algumas ideias e a congruência de outras. A união de pensamentos distintos com um mesmo objetivo é o tom da belíssima canção chamada democracia. E aí eu vos pergunto: Onde podemos ser iguais? E onde podemos ser diferentes?
Especificamente no caso em questão, posso dizer que eu e a Igreja Quadrangular somos congruentes nos princípios cristãos, que permanecem e permanecerão inabaláveis em qualquer circunstância. Mas em determinados campos podemos pensar diferente. Sim! No campo da política e suas ideologias por exemplo, alcançamos o mais alto patamar de uma nação republicana: A diversidade de ideias. Aplicamos os mesmos princípios, a mesma ética cristã, porém com pensamentos diferentes que se somados nos revelam apenas um objetivo: melhorar o nosso país, o nosso Estado e a nossa cidade.
Mais importante ainda é a convicção de que opiniões políticas são pessoais e não representam a opinião da Igreja. É importante ressaltar ainda que pessoas que agem de má fé tentam denegrir a imagem da Igreja usando esta pluralidade de ideias como espadas cortantes contra a nossa fé. Porém não se deve confundir jamais aquilo que é soberano (princípios cristãos) daquilo que é secundário (posicionamentos políticos).
Neste sentido, eu seria egoísta e prepotente ao afirmar que as minhas convicções políticas representam as convicções e pensamentos da Igreja. Assim também seria extremamente não democrático por parte da Igreja a afirmação de que todos os seus membros pensam iguais politicamente. Portanto, conclamo a todos para a maturidade de entender que seremos sempre congruentes nos princípios e aleatoriamente diferente nas ideias.
Quero finalizar dizendo que abro mão do apoio oficial à minha candidatura pela denominação, mas jamais abrirei mão de buscar o apoio de cada membro, cada pastor e cada representante desta parte do corpo de Cristo para que juntos possamos unir nossas ideias em favor de uma política do bem, firmada sobre os princípios cristãos e com a cobertura espiritual das nossas lideranças.
Deus abençoe a todos
Frederico Aurélio Bispo