Está marcada para esta sexta-feira (19) assembleia para debater tema. Agrodefesa alega “estar empenhada” em resolver questão o mais breve possível

Foto: Reprodução/Alego
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A baixa remuneração dos fiscais agropecuários no Estado de Goiás tem gerado descontentamento e mobilização por parte destes trabalhadores. Segundo informações do Sindicado dos Fiscais Estaduais Agropecuários de Goiás (Sinfeago), as condições salariais da categoria vem causando um déficit crescente na área, que conta atualmente com 640 profissionais concursados. Segundo o presidente do sindicato, Leonardo Guimarães, esse número deveria ser cerca de 18% maior.

“Por força da lei, teríamos que ter 783 fiscais. Há um quadro de decepção geral da categoria. Todo mundo recebe e a gente fica de fora”, explica o dirigente, que completa: “não há previsão para concurso público e vai faltar profissionais. Essa bomba vai estourar daqui a alguns anos”.

Em entrevista ao Jornal Opção Online, Leonardo Guimarães chamou atenção ao fato da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) ter efetuado a contratação de 114 fiscais temporários, deixando vencer concurso realizado anteriormente, o qual, segundo o presidente, ainda apresentava cadastro de reserva. “Com esse dinheiro destinado para os temporários, daria para contratar ao menos 57 fiscais, sem onerar nada e a situação já seria amenizada”, pontuou.

O Sinfeago irá realizar nesta sexta-feira (19/12) assembleia para definir as estratégias que a categoria pretende estabelecer a partir de 2015 quanto às reivindicações salariais. O indicativo de greve, que chegou a ser cogitado pelo sindicato, foi retirado, segundo Leonardo Guimarães, em respeito ao governador Marconi Perillo (PSDB), que já sinalizou para a necessidade de revisão salarial dos fiscais.

Ao Jornal Opção Online, o presidente da Agrodefesa, Antenor de Amorim Nogueira, defendeu que, antes de mais nada, deve ser levado em conta as atuais condições financeiras do governo estadual, para então analisar a possibilidade de reajuste salarial. “A Agrodefesa está aberta ao diálogo. Vamos nos empenhar para resolver a questão o mais breve possível”, pontuou.

Em nota, a Sinfeago alega que, enquanto gestores públicos tiveram seus subsídios “quase que triplicados”, os fiscais não conquistaram qualquer reajuste. O presidente da agência, em contrapartida, diz que medidas paliativas foram tomadas, como a adoção de gratificações salariais, que também são questionadas pela categoria quanto às suas limitações. “O governo liberou o bônus de até 20%, mas não é verdade, pois isso é limitado”, explica o dirigente do sindicato.

Por fim, Antenor de Amorim lembra que a Agrodefesa é referência nacional, sendo, dentre as unidades federativas, o órgão de Defesa Agropecuária com o maior número de fiscais — perdendo apenas para o próprio Ministério da Agricultura.