“Filho do capeta”: Bolsonaro ataca Lula após pesquisa Datafolha mostrar empate entre os dois no meio evangélico

14 maio 2021 às 18h15

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Pesquisa divulgada nesta quinta-feira, 13, mostrou que Lula tem 35% das intenções de votos dos evangélicos contra 34% do Bolsonaro, que logo reagiu tentando associar o ex-presidente ao demônio

Depois que o Instituto Datafolha publicou o levantamento com intenções de voto para a disputa presidencial de 2022 o atual presidente da República tratou de reagir em uma clara tentativa de demonizar o ex-presidente. Lula teria 41% das intenções de voto, contra 23% de Bolsonaro, mas o que mais incomodou este último foi o empate técnico entre o público evangélico: 35% votariam no petista contra 34% de Bolsonaro.
O assunto ganhou grande repercussão nesta sexta-feira, 14, e em conversa com apoiadores na porta do Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro chamou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de “filho do capeta”.
“A canalhada da esquerda continua a mesma coisa”, afirmou o presidente. “Uma turma ainda quer votar nesse filho do capeta aí. Olha, se esse cara voltar, nunca mais vai sair. Escreve aí”, disse.
No estudo da Datafolha, Lula teria 41% das intenções de voto, contra 23% de Bolsonaro. Em um possível segundo turno, o petista ainda venceria o atual mandatário por 55% a 32%. A pesquisa aponta, ainda, que 35% dos evangélicos preferem Lula a Bolsonaro. Já 34% escolhem a permanência do atual presidente. Em um possível segundo turno, cada um receberia 45% de voto, empatando nesse segmento caro para Bolsonaro.
A pesquisa foi realizada presencialmente, com 2.071 pessoas de 146 municípios, entre os dias 11 e 12, com margem de erro de quatro pontos.
Apesar do teor de apelo religioso do atual presidente, em dizer que Lula é filho do capeta, a fé não será suficiente para sustentar seu discurso desta vez, apesar de “amortecer sua queda de popularidade”, conforme apontou a própria Folha de São Paulo, ao citar levantamento que mostra que a ala evangélica tem peso na disputa contra o ex-presidente. Pesquisa de 2017, do mesmo instituto, mostrou que 8 em cada 10 brasileiros não levam em conta a opinião de seus líderes religiosos na hora de decidir o voto.
Um exemplo apontado pelo veículo é que características sociais, econômicas e demográficas podem ser fatores importantes, especialmente porque mulheres e negros são a maioria entre os evangélicos, grupos que também demonstram maior inclinação por Lula.