A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do INSS analisa informações encaminhadas pela Polícia Federal que citam Fábio Luís Lula da Silva, 50, filho mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em suposta relação com Antônio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, preso desde 12 de setembro sob suspeita de comandar um esquema de fraudes contra beneficiários da Previdência.

Segundo depoimento de Edson Claro, ex-funcionário de Antunes, parcialmente compartilhado com integrantes da CPMI, Lulinha teria recebido valores provenientes do Careca do INSS — entre eles uma quantia estimada em R$ 25 milhões, não especificada em qual moeda, e pagamentos mensais de aproximadamente R$ 300 mil. O depoente também relatou viagens do filho do presidente com Antunes para Portugal. Não há, porém, provas apresentadas até o momento que confirmem esses repasses.

O conteúdo, revelado pelo Poder360, aponta ainda uma possível sociedade entre Fábio Luís e Antunes em uma empresa ligada ao comércio de cannabis medicinal, a World Cannabis, investigada pela PF sob suspeita de lavagem de dinheiro oriundo das fraudes no INSS. A defesa dos envolvidos nega irregularidades.

Apesar das citações, setores da própria PF avaliam que não há elementos que vinculem diretamente Lulinha ao esquema de descontos fraudulentos. Investigações internas ainda apuram o grau de proximidade entre ele, Antunes e a empresária Roberta Moreira Luchsinger, que também é mencionada nas tratativas reveladas pela CPMI.

O advogado de Fábio Luís, Marco Aurélio Carvalho, classificou as acusações como “pirotécnicas e improváveis” e afirmou se tratar de tentativa de desgaste à imagem do filho do presidente. Roberta Luchsinger disse, em nota, que jamais teve relação com descontos do INSS e que sua aproximação com Antunes se deu por tratativas no setor de canabidiol, sem desdobramentos comerciais.

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