Em nova versão de seu Código Disciplinar, a Fifa endureceu as penas em casos de racismo. O documento foi aprovado durante reunião do Conselho da entidade neste mês.

O artigo 15 do documento, que trata de “Discriminação e Racismo”, cita o protocolo determinado no ano passado, em que o árbitro deve sinalizar casos de racismo e aplicar os três passos definidos no Código: parar o jogo, suspender e encerrar a partida.

Agora, o código dá poder para que qualquer atleta ou participante do evento possa indicar ter sido vítima de racismo e o árbitro deverá aplicar o protocolo de forma imediata. Se não pararem com as ofensas, o juiz deve paralisar ou encerrar a partida.

Além disso, o Código revisa, também, as multas a serem aplicadas. Clubes ou associações podem ser sancionados com uma pena mínima de 20 mil francos suíços (R$ 137 mil) e restrição de público. A multa máxima chega a 5 milhões de francos suíços, o equivalente a R$ 34 milhões.

Já em casos de reincidência, o documento prevê penas disciplinares que vão desde a implementação de um plano de prevenção a jogos sem público, dedução de pontos e expulsão de um torneio ou rebaixamento.

A Fifa determinou que todas as associações-membros têm até o dia 31 de dezembro para incorporarem essas novas regras a seus códigos.

Racismo no futebol

Recentemente, o atacante Luighi, do Palmeiras, foi vítima de racismo durante a partida contra o Cerro Porteño, nesta quinta-feira, 6, pela Libertadores Sub-20, no Paraguai. O jogador recebeu cusparadas e foi xingado de “macaco” enquanto passava pela lateral do campo. Em entrevista após o jogo, emocionado, Luighi cobrou providências e questionou a falta de abordagem do caso pela imprensa. “O que fizeram comigo foi um crime!”, afirmou.

O Palmeiras emitiu uma nota condenando o ato de racismo e se comprometeu a buscar punição para os responsáveis. “Racismo é crime! E a impunidade é cúmplice dos covardes!”, disse o clube. A CONMEBOL também repudiou o incidente e afirmou que medidas disciplinares estão sendo tomadas, além de ações consultadas com especialistas.

A Conmebol rejeitou os atos em nota. “A CONMEBOL rejeita categoricamente todo ato de racismo ou discriminação de qualquer tipo. As medidas disciplinares aprovadas serão aprovadas, e outras ações estão sendo avaliadas em consulta com especialistas da área”.

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