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O vereador por Anápolis Fernando Cunha (PSDB) falou em entrevista ao Jornal Opção Online sobre as expectativas da população anapolina para a disputa ao governo deste ano. Segundo ele, só Marconi Perillo (PSDB) pode tocar as obras em benefício da cidade e corresponder aos anseios da população. Ele também defende que, valendo-se do chamado voto útil, os eleitores do município evitarão votar no ex-prefeito Antônio Gomide (PT), já que isso poderia levar o peemedebista Iris Rezende para o segundo turno

A maioria das pesquisas feitas em Anápolis coloca Gomide à frente de Marconi, apesar de a situação estar se revertendo, como revelam os levantamentos mais recentes. O que as pesquisas internas do PSDB apontam nesse sentido?

As pesquisas a que eu tive acesso, no começo da campanha, mostravam que a vantagem era muito grande para Gomide. Isso foi revertido pelo fato de a população ter visto que ele abandonou a cidade por um projeto pessoal. O povo de Anápolis tinha acabado de elegê-lo para um mandato de quatro anos e ele trocou os votos da população por esse projeto pessoal dele. Então a população se sentiu um pouco traída por esse fato, e os cidadãos anapolinos sempre tiveram um amor muito grande pelo governador Marconi. Desde 1998, quando foi eleito pela primeira vez, ele sempre teve os mandatos voltados para a cidade de Anápolis. Sempre a valorizou muito, seja em obras, seja em representatividade no governo, em ações populares e com a presença física dele. O governador sempre visitou Anápolis, sempre conversa com os cidadãos. Então isso se reflete na força que ele tem por lá.

E o que se sente nas ruas, junto à população?

A população hoje sente que Gomide traiu o voto deles. Ele teve uma votação expressiva, mas trocou por uma vaidade no momento errado. O amor que a população anapolina tinha por ele acabou nas eleições deste ano.

O senhor acredita que o fenômeno do voto útil pode ampliar ainda mais a vantagem de Marconi em Anápolis?

A votação expressiva que Marconi sempre teve no município deve se repetir, porque a população sabe que votar em Gomide no primeiro turno vai levar Iris para o segundo. Então o voto útil é muito importante neste momento e a população anapolina tem entendido isso, que o projeto de Marconi tem que continuar em benefício de Anápolis. Marconi tem várias obras em andamento, temos várias ações sociais acontecendo e isso tem que continuar.

Iris sempre teve repulsa à cidade de Anápolis, sempre voltou as costas a ela e só aparece por lá em período eleitoral. A população de Anápolis tem ciência disso e vai demonstrar no dia da votação.

Enquanto gestores, Gomide e Marconi sempre foram muito próximos. Hoje se enfrentam ferozmente nos debates eleitorais. Como o senhor analisa essa situação?

Isso é culpa da falta de reconhecimento de Gomide à parceria que Marconi teve com ele enquanto prefeito. O governador sempre ajudou a prefeitura, independente do partido de quem tivesse à frente dela, e com Gomide não foi diferente. Marconi fez ações em parceria com o município, como a doação de área para a implantação do parque ambiental, parceria na área de infraestrutura com mais de R$ 8 milhões investidos em asfaltamento, além do custeio de metade dos recursos utilizados todos os anos para a ornamentação natalina. Esses são só alguns exemplos.

De repente Gomide enquanto candidato ao governo vira as costas e começa a denegrir o governador. Quando era prefeito, Marconi era o melhor do mundo. Agora que é candidato, Marconi virou o pior. A população tem entendido isso e tem repulsa pelo não reconhecimento ao que o governador fez pelo município.

Quais seriam as principais demandas da população anapolina para o próximo governador?

Ainda tem muita coisa acontecendo no município, ações importantes do governo do Estado, como o Aeroporto de Cargas e o Centro de Convenções. Há grandes obras já realizadas e ainda há outras sendo feitas, como a ampliação do hospital de urgências (Huana), a implementação do novo Vapt-Vupt no município, temos dois restaurantes-cidadão, no Centro e dentro da Universidade Estadual. Então essas obras têm que continuar, e só o Marconi pode continuar tocando. Demanda sempre vai ter por questões estruturais, universalização da água e do esgoto — a Saneago acabou de ampliar e ligar a nova adutora do município –, então ainda tem questões a serem tratadas pelo governo do Estado nesse sentido.

Como está a situação do PMDB em Anápolis? Há muitos integrantes do partido que hoje apoiam Marconi?

O PMDB de Anápolis é um partido que perdeu muito. Para se ter uma ideia, na Câmara Municipal a sigla saiu de dois vereadores para apenas um nessa legislatura. Na cidade, vários líderes antigos do PMDB saíram e outros declararam apoio a Marconi. São lideranças do município, como Frederico Jayme, os ex-vereadores Wesley Silva, Assef Naben, Ricardo Naben. É um leque amplo de peemedebistas que continuam no partido, querem um novo PMDB e viram neste momento a necessidade de apoiar o governador. Eles sabem que, se Iris Rezende ganhar, ele vai virar as costas para o município como sempre fez.

Anápolis, antigamente, tinha o Distrito Agroindustrial (Daia) sem empresa nenhuma. Ela começou a ser habitada de 1998 para cá, quando as empresas receberam incentivos para que pudessem crescer. Por isso a população de Anápolis sabe que só tem a ganhar com a eleição de Marconi. Até por isso lá ocorre o chamado voto útil.

Como tem sido a receptividade ao trabalho do substituto de Gomide, João Gomes?

Ele ainda não está administrando o município, então é muito cedo para avaliar. Ainda estão na prefeitura os secretários do antigo prefeito, então podemos fazer uma avaliação a partir desta eleição, porque ele com certeza vai trocar os secretários e colocar a sua administração na prefeitura de Anápolis.

Agora, o João Gomes conhece Marconi há muito tempo, é amigo dele, apoiou sua candidatura em 1998. É um cara experimentado, um político nato, e já conversou com o governador para ampliar as parcerias administrativas.

Como o senhor avalia a importância do Aeroporto de Cargas e do Centro de Convenções para Anápolis?

Anápolis é uma cidade industrial importante no centro logístico do Brasil. Nós tivemos recentemente a inauguração da Ferrovia Norte-Sul, que irá juntamente com o Aeroporto de Cargas e a Plataforma Multimodal colocar Anápolis no centro da logística do Brasil. A boa localização do município irá alavancar a questão industrial do município.

O Centro de Convenções era uma obra requisitada há muito tempo e que o governador tirou do papel enquanto Alexandre Baldy era o secretário de Indústria e Comércio — ele deu o pontapé inicial para essa obra, que sem dúvida irá beneficiar toda a população.

Como está a questão da segurança no município?

Segurança é um problema nacional, e Anápolis também enfrenta o problema da criminalidade em alguns setores, mas temos novos policiais no município, houve troca de viaturas, e então a segurança está melhorando. Falta muito a acontecer ainda, mas os policiais estão nas ruas, efetivamente tentando conter a violência.

Anápolis, como qualquer município tem seus problemas, mas cotidianamente estamos vendo a Polícia Militar e a Polícia Civil trabalhando para resolver a questão. Do ano passado para cá os índices de homicídio diminuíram significativamente, assim como a apreensão de drogas. Isso é fruto do trabalho conjunto realizado na cidade de Anápolis.

O que o governo tem feito para atrair mais empresas para Anápolis?

Na última reunião que o governador teve com representantes da Acieg, na última quarta-feira, ele demonstrou que vê de imediato a necessidade da instalação do Daia 2. Não só a ampliação do Daia, mas também a implantação do Daia 2. Já não há áreas disponíveis no Daia para a chegada de novas empresas. O distrito encontra-se completamente lotado, as empresas querem sua ampliação, e por enquanto não é possível pela falta de vagas.

O governador já desafetou uma área no fundo da Teuto para a ampliação do Daia e projeta o Daia 2. Então Anápolis se consolida cada vez mais como uma cidade industrial, uma cidade importante, e o Daia, sem dúvida, é o chamariz para isso tudo.