Família de Goiânia lança campanha para evitar que bebê tenha perna amputada
01 fevereiro 2016 às 14h36

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Mãe do pequeno Lucas arrecada dinheiro para custear tratamento de doença rara no valor de R$ 1 milhão nos Estados Unidos

Hemimelia Fibular. Para a maioria dos leitores do Jornal Opção essas palavras não têm o menor sentido. Para a fotógrafa Mariana Bontempo, elas mudaram sua vida completamente.
A jovem gaúcha, que mora em Goiânia, lançou, há um mês, uma campanha para arrecadar recursos com o objetivo tratar a doença congênita que acomete seu filho, o pequeno Lucas, de apenas 1 ano e 5 meses. A Hemimelia Fibular é uma má-formação dos ossos da perna que atinge um em cada 40 mil nascidos no Brasil.
No caso de Lucas, impediu o desenvolvimento da fíbula e causou graves deformações ósseas no pé direito dele. Com isso, Lucas não consegue andar e engatinha com dificuldade. Segundo Mariana, o problema foi descoberto ainda quando estava grávida. “Os médicos não sabiam o que era ao certo. Detectaram algo errado na perna direita, mas só quando ele nasceu, quando fizemos o raio-x, que descobrimos a doença”, lembrou ela.
Em entrevista ao Jornal Opção, a mãe, que teve que fechar o estúdio de fotográfia na capital para cuidar do filho, conta que a má-formação deixou Lucas com uma perna menor que a outra, mais torna e o pé direito tem apenas quatro dedos. “Os médicos dizem que ele não sente dor, ele é bem tranquilo, não reclama, mas, ultimamente, após ter aprendido a falar as primeiras palavras, aponta para o pezinho e diz ‘dodoi'”, explicou.

Mariana Bontempo consultou com pelo menos 15 médicos em todo o Brasil — e no mundo. Quase todos os tratamentos apresentados eram desesperadores: a saída seria amputar a perna de Lucas. “O primeiro que fomos nos disse que a melhor coisa seria a amputação. Disse que não havia nada a se fazer e, como ele era bebê, ia se acostumar com a pena mecânica, não ia ser ‘tão traumático'”, contou.
Inconformados e arrasados, ela e o marido decidiram procurar outra alternativa. Após meses de pesquisa e viagens, encontraram Dr. Paley, um médico que atende em West Palm Beach, na Flórida (EUA). Um dos únicos especialistas em Hemimelia Fibular do mundo, o médico oferece tratamento que dá garantia de recuperação total ao pequeno Lucas. “Ele vai andar, correr, jogar bola, como toda criança”, disse emocionada.
No entanto, o tratamento, chamado SuperAnkle + Lengthening, custa 250 mil dólares (mais que R$ 1 milhão) e dura quase um ano. Venderam casa, carro, contrairam empréstimos e buscaram familiares e amigos. No entanto, não foi suficiente: conseguiram juntar R$ 600 mil.
Foi então que, há um mês, Mariana Bontempo decidiu lançar uma campanha nas redes sociais para completar o valor do tratamento. Até agora, a família já conseguiu arrecadar R$ 100 mil (25% do total. Na página “Unidos pelo Lucas”, as pessoas podem contribuir com qualquer quantia, depositando diretamente na conta da mãe.
É importante ressaltar que o procedimento, que inclui cirurgias e vários meses de fisioterapia e adaptação, deve ser realizado até no máximo dois anos de idade: “O ideal é que a cirurgia seja realizada aos 18 meses. Ele está com 17, portanto, teríamos que ir no começo de março, mas a cirurgia precisa estar paga. Estamos lutando para que seja o mais rápido possível”.
Segundo a mãe, caso Lucas não seja submetido ao tratamento, a única saída será, de fato, amputar a perna do bebê. “Há uma diferença de 23 centímetros entre as pernas. Se ele não fizer a cirurgia, pode ter problema no quadril, na coluna, joelho, a perna pode vir a atrofiar… Enfim, há amputação será inevitável”, arremata.
Se você quer ajudar o Lucas, entre no Facebook da campanha e faça sua doação. #UnidosPeloLucas
https://www.facebook.com/campanhaunidospelolucas/videos/1665657650372052/