Presidente da Associação Nacional dos Bureaus de Crédito, Elias Sfeir, disse que dados do cadastro positivo estão apenas começando. “É um projeto de médio prazo. Não é em um ano que entrarão todos os dados”, argumenta

Foto: Lakaio/VEJA

Desde a implantação do cadastro positivo — sistema que atribui nota aos cidadãos dizendo se eles são, de fato, bons pagadores — algumas pessoas passaram a enfrentar dificuldades para comprar parcelado ou garantir empréstimos. Conforme mostrado pela reportagem da UOL, falhas nesse sistema têm feito com que uma mesma pessoa possa ter diferentes notas de crédito.

Essa nota, conhecida no mercado financeiro como ‘score’ impede ou facilita acesso a certos serviços oferecidos pelas financeiras. Acontece que, no país, há quatro birôs — serviço de informações de crédito, que utiliza dados de adimplência e inadimplência de pessoas físicas ou jurídicas — autorizados pelo Banco Central a traçar esse perfil: Serasa Experian, SPC Brasil, Boa Vista e Quod.

No entanto, cada um tem seus próprios mecanismos para elaboração da nota do consumidor. Isso faz com que uma mesma pessoa tenha diferentes perfis — e isso pode, consequentemente, facilitar ou dificultar a vida do comprador.

Conforme mostrado pela reportagem, as notas atribuídas aos clientes variam entre 0 e 1000 pontos. Até 300 pontos o cliente representa um alto risco de inadimplência, de 300 a 400 ele se encaixa na categoria de médio risco e, por fim, acima de 700 o risco é tido como baixíssimo.

Na prática, se o consumidor for comprar um objeto em uma loja que utiliza um birô onde sua pontuação é tida como inferior ao mínimo necessário ele pode ter a compra negada mesmo que tenha um score altamente positivo em outros birôs.

Segundo informações da UOL, o presidente da Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC), Elias Sfeir, os dados do cadastro positivo estão apenas começando. Por isso, as informações negativas ainda pesam na pontuação dos cidadão. “É um projeto de médio prazo. Não é em um ano que entrarão todos os dados”, disse.

Já os birôs, por sua vez, destacaram à reportagem que o cadastro positivo deve ganhar peso na nota de crédito dos consumidores com o tempo. O argumento é de que as informações estão chegando aos poucos.

Como funciona

A pessoa que deseja ter acesso a crédito ou precisa parcelar uma compra tem seu pedido autorizado ou negado conforme seu histórico. Para ter acesso a essas informações as lojas ou instituições financeiras contam com o serviço de um birô para chegar a situação do cliente.

Acontece que o consumidor que sempre quitou seus compromissos em dia ou até antes do vencimento não possui uma condição especial em relação aos demais clientes. Pensando nisso e por meio desses dados, o governo argumenta que empresas e bancos poderão começar a oferecer crédito com juros mais baixos haja vista que estarão expostos à riscos menores.