Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um jacaré devorando supostos restos humanos dentro de uma caixa d’água, em uma cena atribuída a traficantes do Comando Vermelho (CV). A gravação reacendeu suspeitas de que a facção estaria utilizando répteis em práticas de tortura e ocultação de cadáveres no Rio de Janeiro.

O vídeo começou a circular logo após a megaoperação policial deflagrada na terça-feira, 28, contra o CV, que deixou 121 mortos, incluindo quatro policiais. Segundo a Polícia Civil do Rio (PCERJ), a gravação está sendo analisada para apurar a autenticidade das imagens e se há relação direta com o grupo criminoso.

Não é a primeira vez que o uso de jacarés aparece em investigações sobre o tráfico. Em julho deste ano, a PCERJ apreendeu um filhote de jacaré mantido como “animal de estimação” por traficantes da comunidade Mandela, em Manguinhos, zona norte do Rio.

O animal foi encontrado em um imóvel durante uma ação conjunta da 21ª Delegacia de Polícia (Bonsucesso) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). Na ocasião, um suspeito morreu e três ficaram feridos em troca de tiros.

Operação mais letal da história do Rio

A operação da última semana, considerada a mais letal já registrada no estado, resultou na morte de 117 suspeitos e prisão de 113 pessoas. De acordo com a Polícia Civil, 59 dos mortos tinham mandados de prisão em aberto, e pelo menos 97 apresentavam histórico criminal extenso.

Ainda conforme o balanço, 62 mortos eram de outros estados e 17 não tinham antecedentes, embora 12 apresentassem vínculos com o tráfico em redes sociais.

A Polícia Civil informou que está verificando se há evidências concretas de uso de répteis em práticas criminosas, mas até o momento não confirmou oficialmente a autenticidade do vídeo. A possível utilização de jacarés para eliminar corpos seria uma nova forma de intimidação e de ocultação de provas, associada à escalada de violência em áreas dominadas por facções.

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