Ex-presidente da Amma, Gilberto Marques Neto também sai em defesa de homenagens a Iris por Goiânia
24 janeiro 2022 às 09h49

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“Essa discussão sobre homenageá-lo ou não é revoltante, ele já deveria ter várias homenagens consolidadas”, opina o pecuarista
Após o pronunciamento das filhas do ex-prefeito de Goiânia, Iris Rezende, Ana Paula e Adriana Rezende, de apoio às homenagens ao pai pela capital, quem também sai em defesa é o ex-presidente da Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA), Gilberto Marques Neto. O pecuarista chegou a considerar como desrespeito a memória do emedebista o alongamento dessas discussões, com a justificativa de que “ele [Iris Rezende] deveria era ter várias homenagens consolidadas”.
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Ele, inclusive, se coloca a favor da renomeação do nome do Aeroporto Internacional de Goiânia – Santa Genoveva, para Iris Rezende Machado. “É ridículo se ter que discutir se vão ou não realizar homenagens a Iris. O que sobrou hoje para se homenagear o Iris e que esteja realmente à altura de uma pessoa como ele, que representou a Goiás? O que seria a altura dele? O aeroporto é pouco, mas é o mínimo necessário, por se tratar da entrada da cidade, onde qualquer pessoa do Brasil que chegasse na capital, saberia que aquela era a cidade do Iris”, explicou.
A mudança do nome do aeroporto também foi defendida por Ana Paula e Adriana, ao Jornal Opção, sob a mesma justificativa. Na ocasião, ambas as filhas do emedebista opinaram que ‘nada mais justo que ter na entrada da cidade o nome de quem fez tanto por ela’. “Ter o nome dele no portão municipal da cidade, na porta de entrada, seria a homenagem mais digna, porque seria do tamanho da grandeza dele”, disse Adriana.
Ao argumentar sobre a importância das homenagens ao político, Gilberto chegou a resgatar uma fala que constantemente ouvia do ex-governador de Goiás, sobre homenagens a outras pessoas. “‘Essa homenagem não está pequena pra ele, não?’, essa era a pergunta que Iris Rezende fazia aos seus auxiliares quando algum deles discutia sobre homenagear alguma personalidade importante que havia falecido ou quando chegava pra ele sancionar algum projeto de lei que havia sido aprovado. Diversas homenagens têm sido propostas nos últimos dias com o objetivo de eternizar o nome de Iris, de diversas maneiras, mas infelizmente nos deparamos com atitudes que desrespeitam a sua história”, avaliou o pecuarista.
Quanto às atitudes de Iris sobre homenagens realizadas a outras pessoas, ele exemplificou o caso de Leolídio Di Ramos Caiado, referência para debates ambientais em Goiás que faleceu em junho de 2008. “Quando sugeriram colocar o nome dele em uma edificação pública, Iris achou pequeno para ele e pediu que colocasse seu nome também no parque que estava para ser inaugurado naquele ano, no Goiânia 2”, pontuou o ex-presidente da Amma.
Em seu posicionamento ao Jornal Opção, Gilberto também demonstrou indignação quanto ao questionamento realizado pela família de Altamiro de Moura Pacheco, doador da área onde foi construído o terminal aeroviário. Isso, porque quando o senador Luiz do Carmo (MDB-GO) fez a proposta, que chegou a ser aprovada no Senado, a família de Altamiro se pronunciou via nota de esclarecimento contra a alteração do nome, sob o argumento que a mudança iria “desomenagear” o doador da área e sua família.
A justificativa seria de que, no momento da doação do terreno, Altamiro teria feito exigências de que no local fosse construído um aeroporto internacional e que a ele fosse dado o nome de sua mãe – Dona Genoveva. “Iris Rezende foi um político que engrandeceu nossa Goiânia, Goiás e o Brasil. Mas ele, se aqui estivesse, jamais permitiria que alguém fizesse uma desfeita desse porte com a memória do Dr. Altamiro”, diz um trecho do texto publicado e assinado por uma sobrinha de Altamiro, em novembro de 2021.
Ao questionar o posicionamento da família do doador, Gilberto pontuou a homenagem já existente a Altamiro, no Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco, fazenda comprada de Altamiro por Iris Rezende, quando este era governador de Goiás, com o objetivo de colaborar na manutenção e preservação dos recursos hídricos que abastecem a capital. “Iris sabia que um dia haveria falta de água na cidade e que era preciso pensar nas gerações futuras. Hoje passamos por este parque e vemos o nome de Altamiro, que foi quem vendeu a terra para o Estado no início da segunda gestão de Iris”, completou.
Ele ainda acrescentou que a alteração do nome do aeroporto não consistiria em um desprestígio a homenagem realizada no passado, uma vez que “Altamiro já tem uma homenagem no nome dele, no maior parque da região metropolitana”. “Ao invés de estarem preocupado em preservar o nome do aeroporto, deveriam se preocupar em preservar o Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco, que anualmente é vítima de queimadas”, acrescentou Gilberto.
Além da troca do nome do aeroporto, diversas homenagens estiveram em discussão desde a morte do emedebista, que ocorreu no dia 9 de novembro de 2021. Entre elas, a renomeação da Avenida Castelo Branco para Avenida Iris Rezende Machado, sugerida pelo vereador Clécio Alves (MDB), aprovada na Câmara Municipal de Goiânia, mas vetada pelo prefeito da cidade, Rogério Cruz (Republicanos), sob justificativa da existência de uma grande burocracia e gastos que poderiam ser causados tanto à população, quanto às diversas empresas que se encontram na região. Quem também não gostou dessa possibilidade de mudanças foram os lojistas da Avenida, que chegaram a se pronunciar contra a renomeação.
Além disso, a Procuradoria-Geral do Município (PGM) argumentou que a denominação de vias e logradouros públicos só pode ser “apresentada, discutida e votada se tiver a aprovação da maioria dos moradores” destes locais. É preciso, inclusive, que exista abaixo-assinado contendo nome e endereço dos moradores, o que não foi encontrado pela prefeitura – o que não existiu. Além dessas alterações, em novembro, chegou a ser aprovado o projeto que acrescentou o nome de Iris ao Parque Mutirama – fazendo com que o local se torne Parque Mutirama – Iris Rezende Machado -, local idealizado pelo ex-prefeito de Goiânia na década de 1960. Também chegaram a tramitar na Câmara outras propostas para homenagens a Iris, como a mudança no nome da Avenida Anhanguera – que foi transferida para a Avenida Castelo Branco -, do Bosque dos Buritis (sugerida pelo próprio Paço Municipal) e do Morro da Serrinha.