Ex-mulher de Wilder e Cachoeira trava disputa judicial envolvendo mina da Vale

29 setembro 2025 às 11h52

COMPARTILHAR
A Vale enfrenta entraves judiciais na expansão de sua Mina do Sossego, em Canaã dos Carajás (PA), devido a um litígio que envolve a empresária Andressa Mendonça, ex-esposa de Carlinhos Cachoeira. A Mina do Sossego é a segunda maior operação da mineradora no setor de cobre, que gerou US$ 18,8 bilhões em receita líquida em 2024.
A disputa gira em torno de um acordo da Vale com a GB Locadora de Equipamentos e Construções, empresa de Goiás que havia adquirido direitos minerários sobre uma área de 3.818 hectares dentro da Mina do Sossego. A Vale pagou R$ 50 milhões à GB para garantir o controle da região, após perder o prazo para renovar o título minerário.
No entanto, a Peroza Administração e Participações, controlada por Andressa Mendonça, alega ter direito a 33,33% do valor pago e à participação na exploração mineral, segundo contrato firmado com a GB. Andressa afirma que sua empresa financiou todos os custos técnicos, jurídicos e administrativos para viabilizar a área, mas não recebeu sua parte. Ela entrou com ação na Justiça de Goiás para garantir seus direitos.
A disputa travou a transação, que agora depende de decisões tanto da Justiça de Goiás quanto do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), onde tramita outra ação da Vale para reverter decisões que consolidaram a posição da GB. Até o momento, a mineradora não possui garantia de posse plena da área, apesar do pagamento de R$ 50 milhões.
A Vale afirmou que cumpre suas obrigações legais e regulatórias, mas não comentou os detalhes da negociação, alegando confidencialidade. Cláudio Luiz da Costa, dono da GB, não respondeu aos questionamentos da Folha.
Segundo Andressa Mendonça, a Vale tinha conhecimento prévio da participação da Peroza e optou por negociar diretamente com a GB, o que, na visão da empresária, pode gerar conflitos jurídicos futuros e bloqueio de valores.
Questionado sobre eventual envolvimento, Carlinhos Cachoeira negou participação no negócio: “Essa empresa é de minha ex-esposa. Esse assunto é da Andressa, e não meu”. Ele cumpre pena em liberdade após condenação a 9 anos e 4 meses de prisão por corrupção ativa em janeiro de 2024.
O escritório QVQR Advogados, que representa a GB Locadora, foi recentemente alvo da Polícia Federal na Operação Rejeito, sob suspeita de intermediar pagamento de propina a diretor da ANM, mas negou qualquer ligação com o caso.
Leia também: Justiça concede medida protetiva à Andressa Mendonça, ex-mulher de Cachoeira
Wilder Morais perde processo que movia contra ex-esposa, Andressa Alves Mendonça