Filho e genro de Arilton Moura ocupavam cargos comissionados na Prefeitura de Goiânia, mas foram exonerados por abandono de cargo

Os dois nomes ligados diretamente ao pastor Arilton Moura, preso por suspeita de tráfico de influência dentro do Ministério da Educação (MEC), na última quarta-feira, 22, foram indicados para cargos na prefeitura de Goiânia pelo deputado federal e pré-candidato a Senador, João Campos (Republicanos). A informação foi confirmada ao Jornal Opção pela assessoria da Prefeitura de Goiânia. Envolvidos em esquema dentro do MEC, Arilton e Gilmar Santos – também pastor – foram presos durante a Operação Acesso Pago, da Polícia Federal, juntamente com o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, o ex-assessor do ministério, Luciano Musse, e o genro de Arilton, Helder Diego da Silva Bartolomeu.

Casado com a filha de Arilton, Helder ocupava cargo comissionado de assessor técnico no departamento pessoal da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh) de Goiânia desde 14 de maio de 2021, conforme publicado no Diário Oficial do Município. Por não comparecer ao trabalho, no entanto, foi alvo de um processo administrativo por abandono de cargo e teve o salário bloqueado. A exoneração só veio quase um ano depois, após tramitação do processo que indicou a ausência do servidor. No último dia 10 de maio, então, a apuração foi concluída e Helder exonerado. A situação, porém, não é única.

O mesmo cenário pode ser observado com Victor Iuri Amorim Correia, filho do pastor Arilton. Victor também foi nomeado para o mesmo cargo, na mesma data. Pelo período em que estiveram na folha de pagamento do município, cada um recebeu R$ 2,1 mil, pagos referentes a julho de 2021. O dinheiro, no entanto, pode ser cobrado de volta pelo município, por conta da exoneração ter ocorrido a partir de procedimento administrativo.

Em abril deste ano, Campos já havia comentado a ligação com os pastores. O deputado confirmou a proximidade com os religiosos, afirmando que já conhece Gilmar há mais de 30 anos. A filha do pastor, inclusive, ocupou cargo de assessora no gabinete do parlamentar, na Câmara dos Deputados. Campos também foi o parlamentar que mais se encontrou com os pastores investigados, em reuniões no Congresso Nacional. Das 90 visitas totais de Arilton, cinco envolveram reuniões com o parlamentar goiano.

Em nota enviada ao Jornal Opção, o deputado federal João Campos afirmou “ter conhecimento das indicações feitas pelos Pastores Gilmar Santos e Arilton, porém não sabia se haviam sido efetivadas.”