Ex-defensor de Bolsonaro, dono do Habib’s elogia ministro de Lula

17 julho 2023 às 15h08

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“De zero a 10, é 10”. Essa é a avaliação que o empresário Alberto Saraiva, dono das redes de fast food Habib’s e Ragazzo faz do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele afirmou estar contente com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e que não apoiaria novamente Jair Bolsonaro (PL). “Tem 500 coisas para justificar isso”, disse. As declarações foram feitas em entrevista ao UOL.
No ano passado, o grupo, que ainda conta com a rede restaurantes Tenda Grill, faturou R$ 2,7 bilhões. Até o ano que vem, só o Habib’s pretende abrir 50 novas lojas. E isso graças ao cenário otimista da economia com a queda na inflação e nos juros, que ajuda a impulsionar o consumo e aponta para uma aumento na renda. Por outro lado, a queda do dólar favorece a compra de produtos importados, como a farinha e melhora a situação dos empregos.
Na entrevista, Saraiva afirmou, apesar do Brasil ter hoje um “governo mais equilibrado”, o mérito do bom momento da economia não é exclusividade dele, mas também da Câmara dos Deputados, do Senado e do Banco Central. Para o empresário, é preciso ainda somar o fator sorte nesse equação. “A situação de outros países favorece o Brasil”, confidenciou.
Se economia para o otimismo
Apesar de não querer dar sua avaliação sobre o presidente Lula, Alberto resumiu que além da sorte, o petista tem competência. Ele reconheceu que quando o nome de Haddad foi anunciado como ministro da Fazenda, houve uma certa preocupação, mas que, hoje, o empresariado apoia totalmente ele.
Para o dono do Habib’s a tava Selic elevada atrapalha a economia, mas acredita que foi importante tê-la mantida alta até o momento para que a inflação fosse mantida sob controle. Desde agosto de 2022, a taxa básica de juros estava fixada em 13,75%, mas existe a expectativa de que o Banco Central comece a reduzí-la a partir de agosto.
Por fim, Saraiva elogiou o conceito da reforma rributária, apesar de ainda não ter uma avaliação definitiva sobre o tema, uma vez que existe a possibilidade de que o texto ainda seja bastante modificado no Senado. Até o momento, a proposta aprovada prevê a possibilidade de se criar um regime diferenciado de cobrança para restaurantes. Mas para o empresário, se a carga para o setor ficar em 25%, seria algo destrutivo para o setor.
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