O ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Eduardo Tagliaferro, foi detido na Itália nesta quarta-feira, 1º.  A informação foi confirmada pela defesa, que afirmou que ele foi conduzido pela polícia local até uma delegacia.

Segundo o advogado Eduardo Kuntz, a medida teria caráter cautelar. “Em um primeiro momento, a polícia italiana o conduziu para uma delegacia para, aparentemente, aplicar uma cautelar de restrição de circulação. Mas sem maiores detalhes. Vamos tomar ciência da restrição. Ele será reconduzido para a casa dele”, declarou.

Tagliaferro, que atuou como chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) pelo vazamento de mensagens internas do gabinete de Moraes. O ex-assessor está na Itália há alguns meses e, em agosto, o ministro solicitou sua extradição. O Ministério da Justiça encaminhou pedido ao Itamaraty em 20 de agosto para formalização junto ao governo italiano.

Em setembro, Tagliaferro participou por videoconferência de audiência na Comissão de Segurança Pública do Senado, onde acusou Moraes de adulterar documentos para justificar operações da Polícia Federal. Ele afirmou que teria produzido um documento técnico posteriormente a uma ação policial, mas que a data foi alterada para indicar que o material havia sido elaborado antes da diligência.

De acordo com o perito, a alteração teria ocorrido para evitar a impressão de que a PF havia realizado buscas e apreensões com base apenas em uma reportagem jornalística. Moraes negou as acusações em nota divulgada por sua assessoria no início de setembro, afirmando que todos os procedimentos foram conduzidos de forma regular.

Tagliaferro também sustenta que a assessoria do TSE foi acionada para coletar dados e que essas informações foram repassadas às autoridades competentes.

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