Eudes Vigor: “Não vou votar contra Paulo Garcia. Se o PSDB me impuser isso, eu saio”
02 abril 2016 às 18h27
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Vereador deixou PMDB após rompimento da legenda e foi para o partido tucano, mas garante que segue apoiando o prefeito de Goiânia
Um dos cinco vereadores a deixarem o PMDB após o rompimento com o PT, Eudes Vigor (PSDB) explicou que, além da saída da base de Paulo Garcia, também pesou em sua decisão a insegurança política na chapa peemedebista para as eleições municipais. Segundo ele, Iris Rezende ainda não oficializou que será o candidato do partido, o que deixou muitos parlamentares com receio de como será a formatação do ex-partido no pleito deste ano.
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“Nós vemos com desconfiança a candidatura do Iris. Ele teve uma reunião conosco no ano passado que nos deixou preocupados, porque já sinalizou que não disputaria”, contou Eudes. “Se você me perguntar se ele é candidato, penso que tem 90% de chances de ele não ser”, opinou.
Para Eudes, a saída de cinco parlamentares de uma vez deve ser motivo de reflexão para Iris. “Todos nos sabemos a capacidade administrativa que tem o Iris, mas essa falta de posicionamento nos deixou inseguros”, lamentou o vereador. Na sua análise, o desempenho do PMDB nas eleições municipais não será dos melhores: “PMDB não fará aquela quantidade de vereadores que fez nas eleições passadas”.
Questionado sobre o apoio ao pré-candidato tucano à Prefeitura de Goiânia, Giuseppe Vecci, Eudes foi irredutível: “Não vou votar contra Paulo Garcia. Se o PSDB me impuser isso, eu saio”. “Vejo o prefeito como um homem muito bom. Enfrenta dificuldades, mas que são tipicas do momento que vive o país. Se ele tiver mais apoio, ele resolve o problema de Goiânia”.
Segundo o vereador, sua ida para o partido foi articulada pelo também vereador Tayrone di Martino e visa maior estabilidade para o pleito de 2016. “Acredito que, unido com Tayrone, com cada um fazendo a parte, vou ser eleito com votação expressiva”, garantiu.
Rompimento com o PT
Eudes não poupou críticas ao posicionamento do PMDB em relação ao governo de Paulo Garcia (PT). “Vejo um quê de oportunismo nisso. Por que não se tomou essa posição lá atrás?”, questionou. “Vamos pensar no país de verdade? Tentar resolver os problemas, colocar na mesa?”.
Na sua opinião, se Iris tivesse permanecido ao lado de Paulo, o prefeito viveria um outro momento. “Não se pode colocar tudo com responsabilidade do Paulo, o PMDB deveria pensar com a razão, não é abandonar o barco numa forma de oportunismo”, criticou.
A postura do vice-prefeito Agenor Mariano (PMDB), que iniciou publicamente o processo de rompimento entre os dois partidos na capital após criticar duramente o governo do prefeito Paulo Garcia, também foi lembrada por Eudes. Para ele, a situação foi prejudicial para o partido: “O posicionamento do Agenor foi ruim pro PMDB, porque foi construída uma aliança ao longo desses anos de amizade e confiança”.
Nacionalmente, Eudes mantem a postura. “Não adianta o PMDB achar que vai sair de mocinho, porque não vai”, colocou o vereador. “Veja o caso do Eduardo Cunha [presidente da Câmara dos Deputados”]. Aquilo envergonha a história do PMDB, eu expulsaria de imediato, não sei porque o PMDB não toma essa decisão”, questiona.