Estudo conclui que pausa nas redes sociais leva a uma melhor autoestima e imagem corporal
06 maio 2024 às 08h49
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Um estudo investigou os efeitos de uma pausa de uma semana nas redes sociais (TikTok, Instagram, Twitter e Facebook) na autoestima e na imagem corporal de mulheres jovens. Um grupo de estudantes universitárias foi dividido aleatoriamente em dois grupos: um que fez uma pausa nas redes sociais e outro que continuou a usá-las normalmente. A autoestima e a satisfação corporal foram avaliadas no início do estudo e uma semana depois.
Os resultados mostraram que as participantes que fizeram a pausa relataram maior satisfação corporal e maior autoestima em comparação com o grupo de controle, mesmo após ajustes para as pontuações iniciais. Esse efeito foi especialmente significativo para mulheres com altos níveis iniciais de internalização de padrões de magreza ideal. Conclui-se que uma pausa de uma semana nas redes sociais pode trazer benefícios de curto prazo para a autoestima e a imagem corporal de mulheres jovens. A pesquisa foi realizada pela Universidade de York em Toronto, no Canadá, e publicada recentemente no jornal científico Science Direct.
O experimento foi realizado com 66 estudantes de graduação da universidade com idade entre 17 e 24 anos, divididas em dois grupos. Todas as participantes responderam a questionários aplicados antes e depois do experimento, informando sobre como se sentiam em relação a si mesmas e como percebiam seus próprios corpos —se estavam, por exemplo, satisfeitas com o que viam no espelho e se gostariam de ser como as modelos que estampam capas de revistas.
O grupo que fez o detox digital teve melhora significativa em termos de autoestima e autoimagem, sendo que as mulheres suscetíveis ao ideal de magreza foram as que tiveram maiores ganhos nesse sentido. De acordo com pesquisadores da York University, uma pausa nas redes sociais parece ser particularmente benéfica para mulheres em risco de desenvolver distúrbios alimentares, devido à sua valorização excessiva da magreza.
A interrupção do uso das redes sociais pode interromper um ciclo prejudicial no qual a baixa autoestima e uma imagem negativa do corpo se retroalimentam. Além disso, o afastamento das redes sociais pode levar a adotar novos comportamentos, como passar mais tempo ao ar livre, socializar com amigos e se exercitar, contribuindo para uma melhora na saúde mental e física e induzindo pensamentos e sentimentos mais positivos em relação ao próprio corpo.
Resultados
A abstenção das redes sociais, mesmo que por apenas uma semana, pode interromper um ciclo prejudicial de baixa autoestima e imagem corporal negativa. A exposição constante a imagens de corpos idealizados, juntamente com a insatisfação pessoal e a pressão social, pode levar a uma percepção mais negativa de si mesmo. Portanto, passar um tempo longe das redes sociais pode reduzir as oportunidades de comparação com outras pessoas online, quebrando assim o ciclo entre a insatisfação corporal e a autoestima.
Além disso, o estudo destacou que uma pausa nas redes sociais é uma estratégia viável e eficaz para melhorar a imagem corporal e a autoestima entre as mulheres jovens, com muitas participantes expressando interesse em continuar limitando o uso das redes após o experimento. Muitas participantes encontraram desafios iniciais ao abandonar as redes sociais, mas relataram uma transição mais fácil ao longo da semana, substituindo o tempo gasto nas redes por outras atividades, como conversar com amigos, fazer exercícios, estudar e dormir mais.
Conclusão
A mídia social se tornou uma parte fundamental da vida diária, especialmente para mulheres jovens, com milhões de usuários ativos em todo o mundo. No entanto, o uso excessivo das redes sociais tem sido associado a problemas de saúde mental e bem-estar, especialmente relacionados à imagem corporal e autoestima.
O conteúdo predominante de aparência em plataformas como Instagram, Facebook e TikTok pode levar a comparações sociais ascendentes, resultando em insatisfação corporal e baixa autoestima, especialmente entre mulheres jovens. Esses padrões de comparação e internalização do ideal de magreza podem aumentar a vulnerabilidade ao desenvolvimento de transtornos alimentares e ansiedade corporal.
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