Protesto teria sido motivado por fatores como condições inadequadas de higiene do RU e corte do subsídio para alunos de pós-graduação

Os estudantes da Universidade Federal de Goiás (UFG) realizam uma série de manifestações nesta semana contra o fechamento do Restaurante Universitário (RU) do Campus Samambaia. Na segunda-feira, 4, um protesto resultou na suspensão do atendimento do restaurante ao público desde a noite e perdura esta terça-feira, 5, com reclamações em frente ao prédio da Reitoria.

A Associação de Pós-Graduandos da UFG (APG) alega que as manifestações objetivam lutar contra as condições inadequadas de higiene do RU, grandes filas em decorrência de poucos funcionários, corte do subsídio para alunos de pós-graduação – que agora devem pagar R$ 11,00 pelo almoço e jantar e R$ 6,12 pelo café da manhã – e também pelo valor cobrado, o qual afirma ser o mais caro do Brasil.

Por conta disso, os discentes arrecadaram doações, prepararam e serviram suas refeições a céu aberto na frente do RU na noite de segunda-feira e manhã de terça-feira. Na noite de segunda-feira, após a manifestação, a empresa terceirizada que presta serviço de alimentação para a UFG, Vogue, fixou cartazes na porta do restaurante localizado no Campus Samambaia, informando que houve ameaças e que os estudantes portavam armas brancas. Testemunhas relataram ao Portal 6 que os manifestantes pularam catracas e usaram facas e garfos para bater em panelas no protesto. A Polícia Militar (PM) foi acionada pela empresa e esteve no local para dar suporte.

Recorrência

Essa não é a primeira manifestação que ocorre no RU após o retorno às atividades presenciais. Em 8 de junho deste ano, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) e a Associação de pós-graduandos da UFG realizaram um ato com pauta similar, após relatos de estudantes que passaram cerca de três horas na fila para o almoço.

Ao Jornal Opção, o estudante de pós-graduação em Ciências Sociais e membro da APG, Leonardo Silva, alega que os problemas com a Vogue são recorrentes. “Desde o retorno presencial, temos enfrentado situações em que insetos são encontrados na comida, as filas estão enormes e os trabalhadores e trabalhadoras estão claramente sobrecarregados, o que tem diminuído a qualidade do serviço prestado”, relata.

Resposta

Por meio de nota, a Reitoria da UFG informa que na segunda-feira, 4, ocorreu uma manifestação no RU no Câmpus Samambaia. Por conta da situação, a empresa Vogue suspendeu o atendimento ao público desde a noite de ontem.

“A UFG está prestando todo o apoio para que estudantes de baixa renda que dependem dos serviços do restaurante tenham a sua alimentação garantida. Vale ressaltar que a Reitoria da UFG está tomando as providências cabíveis para que o funcionamento do RU Samambaia, interrompido pela empresa desde ontem à noite, seja retomado o quanto antes”.

A UFG explica que os estudantes indígenas e quilombolas que possuem isenção total das refeições devem procurar o Espaço de Convivência, onde a Secretaria de Inclusão irá prestar as orientações quanto a alimentação de hoje, 5. “A UFG ressalta que o Restaurante Universitário do Câmpus Colemar Natal e Silva está com o funcionamento normal. Ressaltamos que os demais estudantes da UFG, com o curso sediado no Câmpus Samambaia, contemplados com a isenção total das refeições, podem ser alimentar, no valor de até 20 reais por refeição e apresentar nota fiscal nominal, de forma presencial na Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) até o dia 25 de julho para obter ressarcimento”.

Por fim, a Reitoria da UFG informa que realiza continuamente pesquisa sobre a qualidade dos serviços prestados pela empresa Vogue. A PRAE tem por rotina notificar a empresa das necessidades de adequação, a partir da fiscalização realizada diariamente pelo Serviço de Nutrição. A Pró-Reitoria está à disposição de toda a comunidade acadêmica pelo email: [email protected].

O Jornal Opção não localizou a assessoria de imprensa da Vogue, mas esclarece que o espaço segue aberto para novas manifestações.