As estatais brasileiras registraram déficit de R$ 7,4 bilhões de janeiro a setembro de 2024, maior saldo negativo na série histórica. O déficit registrado representa alta de 258,9% em relação ao mesmo período do ano passado, quando houve saldo negativo de R$ 2,06 bilhões. Os dados consideram tidas as receitas e despesas de empresas públicas federais, estaduais e municipais do país e não contabilizam o lucro líquido da estatal.

O número registrado de janeiro a setembro foi puxado pelas empresas estatais, que tiveram saldo negativo de R$ 4,18 bilhões. O valor subiu 1.486% em relação a 2023, quando o déficit era de R$ 263 milhões. Estatais estaduais, por sua vez, registraram déficit de R$ 3,26 bilhões, com alta de 122,3% em relação a 2023.

De acordo com o Ministério da Gestão e Inovação, déficit não é o “resultado mais relevante para a avaliação das companhias”. Disse que o saldo das receitas e despesas primárias ignora os recursos em caixa, disponíveis de receitas de anos anteriores.

“O resultado primário, nesse sentido, não é uma medida adequada de saúde financeira da companhia. É comum empresas registrarem déficit primário mesmo com aumento do lucro se estiverem acelerando seus investimentos, na expansão/modernização dos negócios”, disse a pasta.

No último ano, por exemplo, a Casa da Moeda do Brasil apresentou déficit de R$ 125 milhões, mas o lucro líquido foi de R$ 202 milhões. Havia sido de R$ 23,4 milhões em 2022. Os dados contam no relatório “Estatística Fiscais” divulgado pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira, 2.

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