Presidente nacional do PPS diz que ascensão da direita extremista no Brasil é responsabilidade do governo petista. Mas, cenário não é definitivo 

Foto: Sérgio Willian
Deputado federal Roberto Freire assina ficha de filiação do prefeito Juraci Martins durante encontro do PPS | Foto: Sérgio Willian

Crítico ferrenho do governo Dilma, o deputado federal e presidente nacional do Partido Popular Socialista (PPS), Roberto Freire (SP), atribui ao atual governo a ascensão da direita extremista brasileira.

“Não vejo uma guinada à direita. Vejo um crescimento da direita exatamente porque a esquerda que o PT representa enxovalhou-se com a corrupção”, declarou em entrevista ao Jornal Opção.

Na sede do PPS goiano na noite desta segunda-feira (28/3), no Setor Marista, o deputado acusou o partido da presidente Dilma Rousseff de “oportunismo populista” e de não ter mantido a “dignidade que parecia ter” antes de assumir o poder.

“Isso lamentavelmente está respingando em toda a esquerda, e inclusive em nós. Está havendo no Brasil um certo comunismo anti-demodê, até porque não existe mais isso no mundo, mas aqui se fortalece porque ficam imaginando que o PT tem alguma coisa a ver com isso, quando não tem”, disse.

O socialista minimiza a influência de pensamentos direitistas e conservadores na sociedade atual. Para ele, o processo é “pendular”. “Se você tem uma esquerda no governo e ele cai, como tudo indica que essa contagem regressiva do impeachment começou efetivamente no Brasil, é evidente que o fortalecimento da direita se dá.”

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Mesmo com um quadro de rejeição muito grande à esquerda no País, Freire defende que a situação não é definitiva: “Não é impossível de nós revertermos. Até porque existe uma esquerda no Brasil que tem capacidade de afirmar decência, história e pode recuperar toda a dignidade da sua atuação”.

Processo de impeachment

O presidente nacional do PPS reafirmou em Goiânia a posição do partido a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. “Nós já participamos de um outro impeachment, inclusive junto com o PT, e naquela oportunidade evidentemente era democrático para eles. É democrático para nós lá e hoje, como o impeachment de Collor (atual senador Fernando Collor de Melo (PTB-AL)”, completou

Para Freire, o atual governo  é “mais corrupto do que aquele que Collor foi”. “Infelizmente nós, com menos de 30 anos, estamos precisando fazer um novo impeachment em função de um governo que provavelmente praticou mais crime de responsabilidade do que Collor”, argumentou.

Em seu discurso, Freire ainda falou sobre a necessidade de se realizar “grandes reformas” para mudar o cenário nacional de crise econômica — uma das maiores da história, segundo ele. O deputado destacou que é preciso discutir um novo Pacto Federativo, um que seja “mais justo” aos Estados e municípios.

“E eu espero que nossos amigos, os companheiros que formam esse bloco de força, e em especial aqueles que estão no PPS, nos ajudem nesse trabalho para ver se o Brasil corrige o seu rumo”, encerrou.

Festa

Roberto Freire veio a Goiânia para receber os novos filiados ao PPS em Goiás. Entre eles, o deputado estadual Virmondes Cruvinel (que deixou o PSD) e o prefeito de Rio Verde, Juraci Martins (ex-PP).