Esquema entre agentes federais, JBS e BRF permitia venda de carne imprópria para consumo
17 março 2017 às 09h16
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Mediante pagamento de propina, superintendentes do Ministério da Agricultura atuavam para facilitar produção de alimentos adulterados em Goiás, Curitiba e MG
A Operação Carne Fraca, deflagrada na manhã desta sexta-feira (17/3) pela Polícia Federal de Curitiba, desarticulou organização criminosa liderada por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio dos estados de Goiás, Curitiba e Minas Gerais, que permitia até mesmo a venda de carne imprópria para consumo humano.
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Conforme informações da PF de Curitiba, em Goiás, o esquema era chefiado pelo chefe local do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), Dinis Lourenço da Silva.
Segundo apurado, mediante pagamento de propina, os agentes públicos, utilizando-se do poder fiscalizatório do cargo, atuavam para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efetiva.
Entre as irregularidades encontradas pela PF estão reembalagem de produtos vencidos, excesso de água, inobservância da temperatura adequada das câmaras frigoríficas, assinaturas de certificados para exportação fora da sede da empresa e do Ministério da Agricultura, sem checagem in loco e venda de carne imprópria para o consumo humano.
Executivos do Frigorífico JBS e BRF Brasil estão entre os presos na operação. São eles o vice-presidente da BRF, José Roberto Pernomian Rodrigues, o gerente de Relações Institucionais do Grupo BRF, Roney Nogueira dos Santos e Flávio Cassou, executivo do grupo JBS.
Também foram determinadas buscas na sede da JBS e bloqueio de até R$ 1 bilhão das contas de 46 investigados, nesta que é considerada a maior operação da história da Polícia Federal.