Esposa de MC Poze do Rodo é alvo de operação suspeita de lavar R$ 250 milhões para o Comando Vermelho

03 junho 2025 às 08h19

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Ao menos 200 policiais civis foram às ruas na manhã desta terça-feira, 3, para desarticular um esquema usado pelo Comando Vermelho (CV) para lavar fortunas obtidas por meio do tráfico de drogas. Entre os alvos está a Vivi Noronha, esposa do MC Poze do Rodo, que teria cedido empresas em nome dela à facção para lavar R$ 250 milhões, de acordo com a Polícia Civil do Rio de Janeiro (PC-RJ).
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Ao todo, são cumpridos 35 mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao cantor e membros da facção carioca no Rio de Janeiro e São Paulo, além de ordens de bloqueio e indisponibilidade de bens e valores em mais de 35 contas bancárias distintas.
“O esquema criminoso utilizava pessoas físicas e jurídicas para dissimular a origem ilícita dos valores, promovendo o reinvestimento em fuzis, cocaína e na consolidação do poder territorial da facção em diversas comunidades”, diz nota da PC-RJ.
Segundo os investigadores, a apuração revelou a participação de Viviane e de sua empresa como beneficiárias diretas de recursos do CV recebidos por meio de “laranjas”, com o objetivo de esconder a origem ilícita do dinheiro. A corporação identificou que valores provenientes do tráfico de drogas e de operações da lavagem de capitais do grupo criminoso foram depositados em contas bancárias ligadas à influenciadora.
Segundo a polícia, ela passou a ser um dos focos centrais do inquérito. Vivi, como é conhecida, teria uma posição simbólica na estrutura criminosa. Ela é investigada por atuar como elo entre o tráfico e o universo digital, “conferindo aparente legitimidade a valores oriundos do crime organizado e ampliando o alcance da narcocultura nas redes sociais”.
A influenciadora promoveu uma grande mobilização contra a prisão do marido, com quem tem três filhos e chegou a fazer acusações contra a PC-RJ. Ela havia programado para esta terça-feira um ato em frente a Bangu 3, onde Poze está preso e deve ser liberado no começo da tarde após decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.