Especialistas defendem vacinas da Pfizer ou AstraZeneca para aplicação da terceira dose contra Covid
04 setembro 2021 às 11h45

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Em São Paulo, porém, o governador do estado, João Doria (PSDB), têm defendido a utilização de qualquer imunizante que estiver disponível no momento da aplicação da dose de reforço
A decisão do Ministério da Saúde de aplicar uma terceira dose das vacinas contra Covid-19 em idosos acima de 70 anos e imunossuprimidos, a partir do dia 15 de setembro, usando preferencialmente os imunizantes da Pfizer ou AstraZeneca, é respaldada pela comunidade científica.
Ao contrário do que diz o governo de São Paulo, a escolha pelas vacinas de RNA (como a Pfizer, baseada na tecnologia inovadora de RNA mensageiro) ou de vetor viral (como AstraZeneca, que usa um vírus inofensivo para dar instruções ao corpo de como se proteger da Covid) para a dose de reforço aos idosos e imunossuprimidos foi uma determinação técnica e unânime entre os membros da Câmara Técnica de assessoramento para assuntos de imunização da pasta da saúde.
O grupo é formado por representantes das sociedades científicas (como a Sociedade Brasileira de Infectologia e a Sociedade Brasileira de Imunizações), do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e do Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), dentre outros.
Em São Paulo, porém, o governador do estado, João Doria (PSDB), o secretário estadual de saúde, Jean Gorinchteyn, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, e o coordenador-executivo do comitê científico que assessora a gestão, João Gabbardo, têm defendido a utilização de qualquer imunizante que estiver disponível no momento da aplicação da dose de reforço.
A aplicação de uma dose adicional em pessoas com mais de 90 anos começa em São Paulo na próxima segunda-feira, 06.
A argumentação, dizem, é que a Nota Técnica n˚ 27/2021, publicada no dia 26 de agosto, faz referência a dois estudos conduzidos pela Sinovac, fabricante chinesa da Coronavac, que indicam aumento da resposta imune após uma terceira dose do imunizante tanto em pessoas com até 59 anos quanto naquelas com 60 anos ou mais, entre seis a oito meses após a segunda dose.
A redução na capacidade protetora das vacinas já foi verificada para todos os tipos de imunizantes, mas ela é muito mais acentuada nas vacinas de vírus inativado, como é o caso da Coronavac. Isso porque a tecnologia inovadora de RNA mensageiro ou mesmo de vetor viral induz uma resposta imune elevada em comparação às vacinas chamadas tradicionais (as de vírus inativado), e, mesmo com o decaimento, ela se mantém alta.