Especialista estima que Goiás tenha cerca de 8 mil infectados com Covid-19
07 maio 2020 às 12h11
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Médico infectologista lembra que para cada um paciente sintomático existem outros sete ou oito assintomáticos
O Jornal Opção conversou, nesta quinta-feira, 7, com o médico infectologista Boaventura Braz de Queiroz sobre a disseminação da Covid-19 no Estado. Atualmente, Goiás registra mais de 1 mil pessoas diagnosticadas com a doença. No entanto, o especialista lembrou que “para cada paciente sintomático, existem outros sete ou oito assintomáticos” fazendo com que o número oscile na casa das 8 mil pessoas infectadas no estado.
Os números oficiais são de 1.024 casos confirmados e 45 óbitos, de acordo com o último boletim da Secretaria Estadual de Saúde desta quarta-feira, 6.
O infectologista falou ainda sobre a importância do uso de máscaras pela população ao passo que alerta sobre o uso de produtos produzidos por leigos. “É uma proteção que não chega a 100%, porém tratando-se de eficácia temos visto algumas que não possuem o nível de proteção adequado e podem, inclusive, saturar em pouco tempo”.
“A máscara deve ser, de preferência, 100% algodão e possuir duas camadas. O manuseio também deve ser observado. Sempre deve ser feito com as mãos limpas, atento sempre ao cuidado com a higienização do produto. Também deve-se levar em consideração se a pessoa dialoga muito enquanto usa a proteção. Nesse caso, o ideal é trocá-la em, no máximo, duas horas. Isso porque a umidade pode saturá-la rapidamente acarretando, consequentemente, na perda da eficácia”.
Não substitui o isolamento
Para ele, a máscara de proteção é um elemento importante no dia a dia de qualquer comunidade em tempos de coronavírus. Porém, isso não garante que a sociedade possa voltar às atividades com total segurança. “O uso das máscaras auxilia na redução da transmissão. Porém, devemos obedecer as recomendações de afastamento social, tomando todos os outros cuidados de higiene necessários”.
No entanto, o uso da máscara pode contribuir para que as pessoas infectadas contraiam uma forma mais leve da doença, uma vez que a barreira de proteção reduz a quantidade de carga viral que o usuário tem contato.
O médico explicou que essa possibilidade existe, apesar de ainda não ter sido comprovada. “Todas as doenças infecciosas contam com um valor de inóculo. Isso vale para todas elas. Não temos ainda tanto conhecimento a respeito de como funciona com o Sars-CoV-2, portanto, acreditamos que não seja diferente com ele”.