Especialista em crossfit rebate críticas à modalidade
04 abril 2016 às 17h31
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Para Kersson Bastos, treinador (coach) da atividade física, “críticas feitas até mesmo na ignorância” denigrem de forma equivocada a prática do crossfit
Em resposta à matéria “Médico não recomenda prática do crossfit nem para atletas bem condicionados”, publicada na edição 2125, de 27 de março a 2 de abril de 2016, o coach (treinador, professor especializado) de crossfit Kersson Bastos rebateu as críticas feitas à modalidade de alta performance.
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De acordo com o especialista na prática esportiva, que tem oito anos de experiência na área de Educação Física e dois anos de certificação internacional na modalidade, o crossfit, assim como qualquer outra atividade esportiva, não é 100% seguro, mas possibilita inúmeros benefícios à saúde do praticante quando feito sob a supervisão de “profissionais competentes”.
Qualificado para prescrever a modalidade, Kersson afirmou que a prática de modalidade “similar” ao crossfit “vem sendo popularizada e virou um modismo” nas academias. Segundo o coach, existe sim um modismo que visa o retorno financeiro com a “nova onda”. Mas o profissional alerta os interessados nos benefícios que a atividade traz ao condicionamento físico tenham ciência de que o crossfit seja uma prática certificada.
“Muitos usam o nome crossfit quando, na verdade, não possuem certificação para tal. Os treinadores de crossfit passam por cursos exigentes e só assim podem atuar no ramo, com resultados muito positivos”, alertou Kersson.
Há também a negligência de alguns treinadores pela popularização da modalidade. “São pessoas que, normalmente, se formam em Educação Física e começam a atuar sem experiência na área de treinamento. Não possuem qualificação nem para a prescrição de musculação ou qualquer outra modalidade. Então, fica fácil relacionar as lesões a uma modalidade específica”, observou o coach em crossfit.
Para conseguir uma certificação para oferecer o crossfit na academia, o local precisa receber aprovação de órgão dos Estados Unidos, explicou Kersson. “Hoje, vemos muito os chamados pseudo boxes, que são espaços sem esse reconhecimento.”
Discussão mais ampla
O coach da modalidade afirmou que a discussão sobre a prática do crossfit, por ser ampla, deve envolver profissionais das mais diversas áreas da saúde, como Educação Física, Medicina e Fisioterapia, sem qualquer juízo de valor. “Porque o que vemos, muitas vezes, é um desrespeito com o outro profissional com críticas feitas, até mesmo, na ignorância”, observou.
Segundo Kersson, no crossfit ou em modalidades “erroneamente intituladas” como se fossem essa prática, “maus profissionais acabam manchando a reputação de uma classe inteira”. “Os médicos sabem que, assim como nas especialidades médicas, existem bons e maus profissionais. O crossfit é uma modalidade, uma especialização da Educação Física. É preciso ter discernimento para não denegrir outro profissional”, pontuou o coach.