Advogada Priscila de Sá disse que realidade da comunidade precisa ser entendida pelos vereadores. “Meu objetivo em vir até aqui foi para mostrar aos nossos representantes que também somos pessoas que votam, pagam impostos e precisam do acolhimento do Estado”.

Plenário da Câmara Municipal de Goiânia | Foto: Lívia Barbosa / Jornal Opção

Um dia após o Dia do Orgulho LGBTQIA+, comemorado na segunda-feira- 28, a sessão plenária da Câmara Municipal de Goiânia foi marcada por intensas discussões entre os parlamentares. Conforme mostrado pelo Jornal Opção na última terça-feira, 29, por quase uma hora, onze vereadores se manifestaram sobre o tópico depois que Thialu Guiotti (Avante) usou a tribuna para repudiar a ação da franquia Burger King em homenagem à comunidade.

Os desdobramentos sobre o assunto se estenderam para além do Plenário e há, inclusive, uma intensa articulação nos bastidores da Câmara para que o caso chegue ao Ministério Público. “Falas preconceituosas como aquelas não podem ser admitidas”, disse um dos vereadores envolvidos.

A convite do vereador Marlon (Cidadania), a advogada especialista em Direito Homoafetivo, Familias e Sucessões, Priscila de Sá, usaria a tribuna livre na manhã desta quinta-feira, 7, para falar sobre o assunto. No entanto, antes mesmo que ela pudesse fazer uso da palavra, a sessão foi encerrada por falta de quórum.

Questionada sobre as razões que a levaram a aceitar o convite e comparecer à Casa de Leis para debater a questão, a especialista explicou ao Jornal Opção que “essa realidade precisa ser vista e entendida pelos vereadores”. “Para além das minhas questões profissionais e de carreira, também sou uma mulher lésbica. Meu objetivo em vir até aqui foi para mostrar aos nossos representantes que também somos pessoas que votam, pagam impostos e precisam do acolhimento do Estado”.

“Pessoas LGBTQIA+ não querem privilégios, nós precisamos é de acolhimento, garantia de saúde, acesso a educação e ao mercado de trabalho. Mas infelizmente tudo isso tem sido negado para essas pessoas. Eu sonho com uma Goiânia que seja acolhedora para mim, para que eu possa andar de mãos dadas com a pessoa que amo sem sentir medo de ser violada”, finalizou.

Priscila também é mestre em Direitos Humanos pela Universidade Federal de Goiás (UFG) tendo atuado como vice-presidente da Comissão da Diversidade Sexual e de Gênero da OAB-GO entre os anos de 2017 e 2019.