Escalonamento de horários na capital tem adesão de apenas 15% dos empresários, aponta estudo
07 maio 2020 às 11h51
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Pesquisa realizada na primeira semana de flexibilização do horário do comércio e serviços na capital mostra que decreto deve “determinar” e não “recomendar” alterações
Pesquisa realizada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Ciência e Tecnologia (Sedetec) entre os dias 29 e 6 de maio mostra que os empresários da capital não aderiram de forma voluntária à recomendação de escalonamento de horários para diminuir as aglomerações no transporte coletivo.
A sugestão da CMTC foi acatada pelo prefeito Iris Rezende (MDB) na semana passada com o objetivo de minimizar a aglomeração de usuários em terminais e em pontos de embarque e desembarque, numa ação de combate a propagação da COVID-19. No entanto, foi constatado que muitas pessoas seguem trabalhando em empresas que sequer poderiam estar abertas.
O estudo apontou que o decreto deveria determinar e não recomendar a flexibilização, já que as empresas não estão seguindo o decreto como se esperava. Essa alteração permitiria aos fiscais da Central de Fiscalização Covid-19, notificar, multar, interditar estabelecimentos e, até mesmo, promover denúncia junto à delegacia de polícia.
Também foi observado que algumas profissões não tratadas especificamente pelo decreto, devem ser abordadas em uma revisão, a exemplo de “serviços gerais”. Outra sugestão feita a partir da pesquisa é a definição de horários também por profissões e não apenas para estabelecimentos.
60% dos estabelecimentos continuam abrindo às 7h ou às 8h
O estudo foi feito em oito terminais da capital com 2.240 trabalhadores mostra que cerca de 60% dos estabelecimentos continuam abrindo às 7h ou às 8h, que são os horários normais da cidade. Não há uma divisão entre os cinco horários criados e verificou-se ainda a presença de trabalhadores no transporte coletivo de segmentos que não tem autorização para abrir de acordo com os decretos estadual e municipal publicados com regras de isolamento social.
“A intenção da prefeitura, num primeiro momento, era de recomendar, mas vimos que apenas cerca de 15% dos empresários entenderam a importância de diluir o fluxo no transporte coletivo”, disse o secretário Walison Moreira, da Sedetec. “As pessoas ao não flexibilizarem o horário da empregada doméstica, por exemplo, coloca a própria família em risco e também a profissional”, reforça Moreira.
46% dos entrevistados atuam em segmentos que não estão liberados para atuar
O estudo verificou que 46% dos entrevistados atuam em segmentos que não estão liberados para atuar. Os dados serão levados à próxima reunião do comitê de crise e deverá servir para ajustes no decreto. “Muitos responderam fazer parte do segmento serviços gerais, o que não estava previsto no decreto e será usado por nós para possíveis ajustes no escalonamento, como inclusão de novos segmentos e mudança no horário de entrada”, explica o secretário, que acredita que poderá ter que mudar a recomendação para determinação.
Dados da pesquisa
2240 pessoas entrevistadas
4 dias úteis de análise. Desde a vigência do decreto. Agora, 06/05 15:42, ainda não está totalmente apurado.
8 servidores realizando pesquisas.
As pesquisas foram realizadas em 8 terminais.
As entrevistas foram realizadas das 4:30 às 10:00.
Todos os entrevistadores estavam usando máscaras e viseira de proteção.
Os entrevistadores foram orientados a não entrevistar pessoas sem máscaras