Envio de carne goiana aos EUA cai em meio ao tarifaço, mas Goiás exportou mais do que importou

13 agosto 2025 às 17h31

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As exportações de carnes goianas para os Estados Unidos caíram em meio ao aumento da tarifa imposta pelo presidente Donald Trump. Apesar disso, a balança comercial goiana apresentou um crescimento de quase 20% no mês de julho deste ano, apontam dados da Secretaria de Indústria, Comércio e Serviços de Goiás.
A carne bovina não está entre os produtos que entraram na lista de exceções e passou a sofrer uma taxa adicional de 40%, a partir de 6 de agosto de 2025, chegando a uma tarifa total de 76,4% para entrar no mercado dos Estados Unidos (nas vendas extra quota).
Dados da Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO) indicam que México, Chile e China absorveram parte desses produtos. Os efeitos ainda não foram significativos e a expectativa é que o impacto maior nas exportações se iniciem a partir do mês de agosto. Goiás exportou 89.882 mil toneladas de carnes no mês de junho para os EUA, enquanto em julho foram 72.322 toneladas.
Total de produtos goianos
Em 2024, Goiás exportou 223.242 mil toneladas de carne com receita de US$ 949,9 milhões no acumulado dos sete primeiros meses do ano. Em 2025, no mesmo período, Goiás já exportou 227.946 toneladas, um aumento de 2%, com receita de US$ 1094 bilhão (15% a mais). O estado representou 11,9% da receita total do país nesta exportação, e 11,1% no volume.
Em julho, Goiás exportou, ao todo, US$ 1.232 bilhão. A balança comercial registrou um saldo positivo de US$ 826,5 milhões ante a importação de US$ 405 milhões em importações
Exportações de carnes brasileira subiram 40% em julho
As exportações totais do setor de carne bovina, incluindo carnes in natura e processadas, miudezas, comestíveis e outros, bateram recorde no mês de julho de 2025. Apesar disso, desde o anúncio da nova tarifa, em 9 de julho, algumas indústrias, incluindo goianas, suspenderam a produção destinada aos EUA em razão do impacto que a nova taxa traria sobre os negócios com aquele mercado.
Apesar do tarifaço norte-americano, as exportações totais do setor no mês de julho alcançaram US$ 1,726 bilhão, resultado 48,4% maior em relação ao mesmo mês do ano passado, enquanto a movimentação foi de 366.920 toneladas, num aumento de 27,4%, registrando novo recorde histórico para um único mês, tanto em receitas como em volume. No ano passado, no mesmo mês, as receitas foram de US$ 1,163 bilhão, com o embarque de 288.014 toneladas.
As informações são da Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO), que compilou os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Acumulado
No acumulado, de janeiro a julho de 2025, as exportações do setor renderam US$ 9,170 bilhões (+31,3%) com o embarque de 2.055.273 toneladas (+19%). No ano passado, no mesmo período, a receita foi de US$ 6,983 bilhões e o volume de 1.728.454 toneladas.
Segundo a ABRAFRIGO, a China foi responsável por 44,5%% da receita e por 38,5% das exportações de carne bovina nos sete primeiros meses do ano. Comprou 790.337 toneladas (+14,6%), que proporcionaram uma receita de US$ 4,082 bilhões (+33,7%). No ano passado, no mesmo período, a China importou 689.840 toneladas, com receita de US$ 3,052 bilhões.
Importações concentradas em fármacos e veículos
O principal item importado por Goiás em julho foram produtos farmacêuticos (23,5% do total), seguidos por veículos e tratores (15,3%) e máquinas e equipamentos mecânicos (14,1%). Anápolis, sede do polo farmacêutico, concentrou 34,1% das importações estaduais, à frente de Catalão (23,9%) e Aparecida de Goiânia (15,3%).
Exportação para os EUA caíram
Os Estados Unidos se mantiveram na segunda posição entre os maiores importadores, com vendas de US$ 1,468 bilhão e 484 mil toneladas embarcadas, participando com 23,6% do volume e 16% das receitas no acumulado de janeiro a julho de 2025. Mas as vendas para o país norte-americano vêm apresentando queda após o mês de abril de 2025, quando atingiram o recorde de US$ 306 milhões. Em julho último, foram US$ 183 milhões.
Na terceira posição está o Chile, que elevou suas aquisições de 57.241 toneladas em 2024 para 68.804 toneladas (+20,2%) no acumulado até julho de 2025, com receita subindo de US$ 271 milhões no ano passado para US$ 372,9 milhões (+37,6%) neste ano. O México passou a ocupar a quarta posição saindo das 22.892 toneladas importadas em 2024 para 67.766 toneladas em 2025 (+ 196%), e propiciando uma entrada de divisas de US$ 364,79 milhões (+249,2%) contra US$ 104,5 milhões até julho do ano passado.
No total, 124 países aumentaram suas importações enquanto 48 reduziram suas compras.
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