Com garantia de remuneração, construtores tiraram recursos do próprio bolso e agora amargam prejuízo

O anúncio da descontinuidade do programa Goiás na Frente tem afligido não só os municípios mas também os empresários responsáveis pela execução das obras. Isso porque sem o repasse dos recursos, as prefeituras estão sem condições de honrar os compromissos firmados.

Esse é o caso do empresário Sérgio Aparecido Bonomi, diretor comercial da HPF Construções. A empresa executou obras viabilizadas pelo convênio nos municípios de Santa Cruz de Goiás e Goianápolis.

[relacionadas artigos=”160953, 161097, 162848″]

Na primeira cidade, a HPF executou serviço de iluminação e urbanização em três campos de futebol. Na outra, realizou a construção de uma praça. O prejuízo pelos serviços prestados chega a R$ 270 mil.

“Nós tínhamos a garantia da prefeitura de que aquilo que fosse executado até o mês de dezembro seria pago. Nós confiamos e trabalhamos tirando dinheiro do próprio bolso. Nós trabalhamos para o Estado e estamos sendo prejudicados”, lamenta.

Sérgio conta que o valor da dívida é suficiente para obrigá-lo a fechar as portas da empresa. “Se eu não receber esse valor daqui a dois, no máximo três meses, vou abrir falência”.

Ele diz que, assim como ele, existem mais de 100 empresas do ramo da construção civil na mesma situação de desespero. Agora, eles tentam se unir para sensibilizar o governo do Estado.

“Não é justo o prejuízo que estamos tendo por causa de uma irresponsabilidade do governo. Se a gestão atual quer parar o programa, tudo bem. Deixar os municípios com um monte de obras fantasmas é irresponsabilidade, mas ele não pode esquecer quem elegeu ele no primeiro turno foram os goianos com esperanças de melhorias e não de pioras”, analisa.

O Jornal Opção entrou em contato com a secretaria de Governo (Segov) para saber se existe previsão de pagamento para as obras que já foram concluídas e se o secretário, Ernesto Roller, estaria a atender o pedido dos empresários para uma reunião.

Por meio de nota, a pasta informou apenas que “os contratos celebrados com empresas não são de responsabilidade do Governo de Goiás e sim do gestor municipal”. A Segov ainda disse que recebeu, nesta quarta-feira, 6,
uma comissão da AGM e FGM para tentar encontrar uma solução conjunta dos contratos em aberto.