Empresários e laranjas são presos na Operação Compadrio

20 agosto 2015 às 14h23

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MPGO também cumpre mandados de busca e apreensão. Nomes divulgados até o momento são os de Cleter Pereira, Sandro de Oliveira, Warley Gomes e Danyllo Camargo

A segunda fase da Operação Compadrio, que investiga a suposta prática de crimes contra a administração pública empreendida por uma organização criminosa instalada em órgãos do Estado de Goiás, está sendo deflagrada nesta quinta-feira (20/8) em Goiânia, Uruana e Araçu.
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Foram cumpridos mandados de prisão preventiva contra o empresário Sandro Marcucci de Oliveira e Warley Gomes, dono da empresa Cardoso e Camargo Eventos Ltda. Danyllo Camargo, suspeito de atuar como laranja do ex-deputado estadual Tiãozinho Costa (PTdoB), preso na primeira fase da operação, deflagrada no dia 11 de agosto, foi preso temporariamente.
Mais cinco mandados de condução coercitiva e nove mandados de busca e apreensão estão sendo executados. Entre eles, o do gerente de Obras Rodoviárias da Agetop, o engenheiro Cleter Damasceno Ferreira, já conduzido ao Ministério Público de Goiás (MPGO) para esclarecimentos. Ainda não há informações sobre seu envolvimento no caso.
Cleter é um dos responsáveis por assinar em 9 de setembro de 2013 a ata de audiência pública que licitou contrato para duplicação da rodovia GO-080, no trecho entre Nerópolis, Região Metropolitana, e a BR-153, entre outras estradas inseridas no programa Rodovida Construção
Um dos alvos da busca e apreensão é a empresa Padrão Engenharia e Serviços Ltda, que tinha como dono o diretor de Obras Rodoviárias da Agetop, José Marcos de Freitas Musse, preso na primeira fase da operação.
Em nota, o MPGO informou que o coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) dará explicações nesta tarde sobre a segunda etapa da operação. A operação é liderada pelo Gaeco e o Centro de Segurança Institucional e Inteligência (CSI) do MPGO com apoio da Polícia Militar e do Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc).
Shows sertanejos
Segundo os promotores, os desdobramentos apontam que a empresa Terra Grande — nome fantasia da Camargo e Cardoso Eventos Ambiental Ltda — firmou contratos entre 2013 e 2014 com a Agetop nos valores de R$ 345 e de R$ 1,3 milhão.
Seria por meio dela que o cantor sertanejo Matheus Costa, filho de Tiãozinho Costa, celebrava contratos para realização de shows pelo estado. Ele prestou depoimento durante a primeira fase da operação e não soube explicar como conseguiu dois cargos públicos, sendo um deles na Assembleia.
Primeira fase
Na primeira fase, deflagrada em seis municípios no último dia 11, foram cumpridos sete mandados de prisão temporária, dois de prisão preventiva e 13 conduções coercitivas. Familiares de Tiãozinho Costa, como a irmã Sandra Beatriz, sua esposa e dois filhos foram conduzidas coercitivamente.
As investigações foram iniciadas em 2013, apurando a prática de crimes contra a Administração Pública realizadas por uma organização criminosa instalada em órgãos públicos do Estado de Goiás. Segundo o MP, esse grupo utilizava funcionários fantasmas e de empresas laranjas para desviar dinheiro público.
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