Empresário negociou até alvarás de empreendimentos
23 novembro 2015 às 11h18

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Eduardo de Paula Schmid afirmou, durante depoimento, que vendeu lotes no Parque Amazônia e Jardim América. Valores não foram informados

Atualizada às 12h37
O empresário Eduardo de Paula Schmid disse nesta segunda-feira (22) ter vendido duas áreas a empreiteiras de Goiânia destinadas à construção de prédios residenciais com alvarás de construção já aprovados pela Paço Municipal.
Em depoimento à CEI das Pastinhas, na Câmara Municipal de Vereadores, ele afirmou que negociara lotes localizados nos setores Parque Amazônia e Jardim América. O primeiro foi vendido à Tapajós Engenharia, em 2011. O edifício foi concluído e há moradores nos apartamentos.
A segunda foi negociada com a Prodata Gestão Estratégica. Não há data da negociação e a construtora abandonou a obra. Schmid também não disse por quanto foram vendidos os alvarás e as áreas.
O empresário não explicou ainda como teve alvará de construção concedido pela extinta Secretaria Municipal de Habitação (Seplam) sem ter anexado em seu processo o documento que autorizava a demolição de residência (pré-requisito) no Parque Amazônia, onde foi levantado prédio com 27 pavimentos.
“Não posso explicar como aconteceu. Abri o processo em 2007 e o alvará foi entregue em outubro de 2010. Só se tiver faltado algum documento”, argumentou Schmid, que não atua mais no ramo imobiliário. “Está ruim demais, não compensa”, continuou, ressaltando que trabalha em empresa de construção de material cirúrgico, em pouco mais de 15 minutos de depoimento.
O alvará para o empreendimento do Parque Amazônia foi emitido em 21 de outubro de 2010 e assinado pela analista Ana Maria Dantas na véspera da transição do antigo para o atual Plano Diretor de Goiânia.
A situação está sendo considerada inédita pelo presidente da CEI, Elias Vaz (PSB). “Se houve algo irregular ele se beneficiou”, pontuou. Até agora, foram constatados 22 casos de irregularidades nos trabalhos da comissão que investiga a emissão de alvarás irregulares na capital.
Para esta semana, está prevista a abertura de novas representações no Ministério Público de Goiás (MPGO) e Controladoria-Geral do Município (CGM). Desta vez, será contra servidores que assinaram alvarás de maneira irregular.
Tenda Construtora
A oitiva da representante da Tenda Construtora S/A em Goiás, Ladjane Davi de Freitas, foi mais curto que o anterior. Ela alega atuar em área de financiamento bancário dos empreendimentos desde 2008. Por isso, não saberia esclarecer informações sobre o acompanhamento de processos na prefeitura.
Segundo Freitas, atualmente não nenhum empreendimento em construção. O departamento de construção da sede regional encerrou as atividades em Goiânia. A última construção teria sido um condomínio no Setor Goiânia 2. São oito torres com 764 apartamentos.
A empresa é investigada por ter anexado documentos no processo de liberação de alvará dois anos após o prazo permitido pela lei.