Soliker Brasil vai produzir tecnologia inédita no país na cidade de Luziânia. Serão gerados 98 empregos diretos e três mil indiretos

Foto: Milena Assis
Foto: Milena Assis

A empresa Soliker Brasil assinou nesta quarta-feira (17/12) um protocolo de intenções com o Estado de Goiás, que prevê R$ 200 milhões de investimentos com a construção de uma unidade industrial em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal. A empresa pretende ser pioneira na produção de células fotovoltaicas no país.

Módulos fotovoltaicos são dispositivos usados para converter energia solar em elétrica. A empresa prevê implantação total da planta goiana já em 2016 e deve gerar  98 empregos diretos e três mil indiretos.

O consultor da MS Advisors, Francisco Teixeira, responsável pelas negociações, disse que a Soliker vai transferir sua matriz brasileira de São Paulo para Luziânia com o objetivo de realizar o ciclo completo de montagem dos equipamentos de energia solar: desde células até os painéis fotovoltaicos. Num primeiro momento, porém, serão produzidas apenas as placas. “Mas já estamos nos aprimorando para produzir as células e exportar para a América Latina a médio prazo”, afirmou.

Atualmente, as células usadas para a construção das placas solares no Brasil são importadas da China e da Alemanha. “Vamos produzir as células fotovoltaicas na fábrica de Luziânia. Temos know-how de mais de dez anos e uma fábrica já desenvolvendo este tipo de tecnologia na Espanha”, explicou Francisco Teixeira.  A Soliker, cuja sede brasileira está em São Paulo, é formada por uma holding internacional (união de empresas de capital estrangeiro).

O grupo possui duas fazendas solares onde é produzida energia para o abastecimento dos países da Península Ibérica, na Europa. A meta é produzir também em Goiás pelo menos 130 megawatts de energia solar, no primeiro ano de atuação, para a venda e consumo próprio. Francisco afirmou que a indústria já tem uma área próxima ao distrito industrial de Luziânia, onde será construído sua sede e o parque para a instalação das placas solares.

Segundo o consultor, Goiás foi o Estado que reuniu maiores condições de competitividade para o investimento. “O Estado tem maior incidência de raios solares, uma possibilidade impressionante de diálogo entre o setor público e privado, incentivos fiscais e investimentos em infraestrutura atrativos. Estávamos entre quatro opções: Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Mas Goiás foi o que se mostrou mais competitivo”, destacou.

O vice-governador José Eliton destacou que o desenvolvimento de novos parques tecnológicos como este, que garantem maior competitividade e agregação de valor à produção goiana, são desafios que o Estado tem pela frente para continuar crescendo economicamente. “O sucesso desta empresa será o sucesso da economia goiana”, ressaltou.

Já o secretário de Indústria e Comércio, William O’Dwyer, destacou que a implantação de novos empreendimentos de cunho sustentável é um dos eixos de desenvolvimento econômico e social do Estado. “Estamos induzindo o fomento de um setor que se mostra como tendência para a economia mundial. Essa é uma parceria estratégica. O governo de Goiás apoia empresas que promovam a sustentabilidade”, disse.

A empresária e dirigente do grupo Soliker, Gabriela Corte Batista, que compareceu ao evento, afirmou que o início das obras vai ocorrer a partir de janeiro em área cedida pelo município de Luziânia. A previsão é de que as primeiras peças sejam produzidas em meados de 2015, com entrada em produção total em já 2016.

A Soliker é a  segunda empresa especializada na fabricação deste tipo de painel a assinar um protocolo com o Estado neste semestre. A indústria S4 Solar anunciou, em agosto, o investimento de R$30 milhões na construção de uma fábrica em Anápolis.