Juiz considerou que garçons e gerente agiram com força desproporcional para tentar conter os envolvidos

O episódio em que um cliente foi agredido por funcionários de uma das unidades do Empório Saccaria, em Goiânia, em janeiro de 2013, resultou em indenização por danos morais ao agredido, Thiago Oliveira Pereira. O julgamento do caso, que teve ampla repercussão à época após um vídeo ser publicado no YouTube pelo impetrante, ocorreu na tarde da última quinta-feira (10/7). Na decisão, o juiz Diego Costa Pinto Dantas, do 4º Juizado Especial Cível de Goiânia, arbitrou indenização de R$ 2.500. O valor, segundo o magistrado, foi “suavizado” pelo fato de o cliente também estar exaltado.

No entendimento do juiz, “quando o cliente se valeu dos serviços/produtos oferecidos pelo réu, esperou segurança”, porém, “de forma exagerada, os garçons/empregados do demandado agiram com força desproporcional para contê-lo”.

No processo em questão, de número 5185445155, é registrada a razão social do Empório Saccaria, R2 Comércios, Alimentos e Bebidas Ltda. O valor da indenização será corrigido a partir da citação em 1% ao mês, mais correção monetária.

A reportagem entrou em contato com o estabelecimento pelo número disponibilizado na internet. Um dos gerentes, que não se identificou como tal, se recusou a comentar. Uma das responsáveis pela administração informou não ter informações sobre a sentença, pois a notificação não tinha chegado ao bar.

O vídeo
O vídeo não está mais disponível no YouTube
O vídeo não está mais disponível no YouTube

Conforme relatado no próprio vídeo, o grupo de clientes no qual estava Thiago foi reclamar aos responsáveis do estabelecimento que tiveram pertences e produtos estragados depois de uma briga ocorrida na mesa ao lado. Como os funcionários do estabelecimento teriam se recusavam a ressarci-los, e os clientes não se conformaram, teve início a discussão verbal que resultou em agressões físicas.

No vídeo, que não está mais disponível no YouTube, era relatado que dois dos clientes envolvidos na confusão, que são irmãos, depois de imobilizados, foram levados ao subsolo do bar para que os garçons continuassem “a agressão longe de testemunhas”. No registro foi possível ver os clientes sendo sufocados, levando socos e pontapés, mas não dava para comprovar se realmente chegaram a ser levados para o subsolo. Somente após alguns minutos de agressão é que os garçons cessaram a briga, ao perceberem que estavam sendo filmados.

Outro lado

No dia 15 de janeiro do ano passado, três dias após a publicação do vídeo por Thiago, o filho de um dos proprietários do Empório Saccaria, usou seu perfil no Facebook para apresentar outra versão do fato. Segundo o empresário Leonardo Conti, a confusão, diferentemente do alegado por Thiago, se deu porque os clientes queriam que suas cervejas fossem repostas mais de uma vez. Seriam três long necks. “Ele queria que suas cervejas fossem repostas duas vezes. Poxa amigo, não tem dinheiro pra ir em um bar daquele nivel (sic) vá em outro”, chegou a dizer no post. Sobre a demora dos responsáveis em se manifestar oficialmente sobre o caso, ele afirmou que era para agir de forma madura.

Sobre a repercussão nas redes sociais, o empresário disse se tratar de “inveja” do sucesso do estabelecimento. “Vocês são só mais um dos brasileiros que não gostam de ver o sucesso de ninguém. Seu sonho é puxar o tapete das pessoas que estão bem profissionalmente? Por motivos assim que o Brasil nunca irá pra frente.”