A embaixatriz teria praticado assédio moral e após denúncias, a Corregedoria do Itamaraty instaurou uma investigação

O embaixador do Brasil na Guiné-Bissau, Fábio Franco, e sua mulher | Foto: reprodução do Facebook

Após uma investigação do Itamaraty mostrar que a esposa do embaixador do Brasil na Guiné-Bissau, país da África, Fábio Franco, interferia nas atividades da representação do Ministério das Relações Exteriores, o diplomata deixará o posto.

De acordo com relatos, Shirley Carvalhêdo Franco tinha ingerência na rotina da embaixada, chegando a ocupar uma sala no local. Funcionários afirmam ainda que ela praticava assédio moral e proferia ofensas racistas contra guineenses que trabalham para a missão diplomática. Ela teria chamado os guineenses de “macacos” e dito que eles “só servem para fazer sexo, não para trabalhar”.

Uma servidora contou que, em agosto, a embaixatriz teria impedido o marido de buscar substitutos para dois postos de ministras, após as titulares pedirem para serem removidas, e outros dois de nível superior que ficaram vagos. Shirley então teria dito que ela própria iria assessorar Franco e “moralizar” o órgão.

Investigação

Após denúncias, a Corregedoria do Itamaraty instaurou uma investigação que resultou na assinatura, em 8 de novembro, de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) por parte de Fábio Franco, procedimento administrativo aplicado a irregularidades “de menor potencial ofensivo”.

No TAC, o embaixador declarou “reconhecer a inadequação da sua conduta” e se comprometeu a cumprir deveres e proibições previstos em lei para servidores. Ele voltará ao Brasil dois anos antes do previsto, e o caso será encerrado. O diplomata assinou o termo por descumprimento do artigo 117, inciso 6º, da lei 8.112/90, que proíbe ao agente público transferir “a pessoa estranha à repartição […] o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado”.

Fonte: Folha de São Paulo