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Líder do prefeito afirma que decisão foi tomada após orientação da Procuradoria: “Iris foi orientado que seria ilegal continuar com esses pagamentos”

Foto: Reprodução

Na sessão remota da Câmara de Goiânia desta quarta-feira, 15, vereadores criticaram a suspensão de contratos temporários pela Prefeitura de Goiânia. Na ocasião, as vereadoras Sabrina Garcez (PSD), Tatiana Lemos (PCdoB) e Priscilla Tejota (PSD) apresentaram decreto para a revogação da medida.

A vereadora Dra. Cristina (PL) também pretendia propor, na sessão, decreto legislativo para sustar decisão do prefeito de suspender os contratos temporários de trabalho. Ela colocou-se à disposição para integrar a iniciativa das demais parlamentares. “Precisamos somar forças para cobrar explicações, não dá para aceitar essa situação. A prefeitura precisa dar condições de trabalho ou manter os salários”, defendeu.

Segundo a vereadora, o decreto atingiu quase quatro mil pessoas com a suspensão dos contratos, sem qualquer comunicado anterior, o que gera impacto imensurável a trabalhadores que dependem exclusivamente desse salário para manter suas famílias. “Os cortes dos auxílios não foram feitos a todos, de forma horizontal. Parece mais um improviso”, apontou.

A vereadora Sabrina enfatizou que a iniciativa das parlamentares susta apenas o artigo que atinge os contratos temporários dos professores. “O prefeito não cortou auxílios e excessos dos chefes, além disso, a suspensão de contratos é ilegal. Também é imoral, pois não permite que esses trabalhadores sequer solicitem o auxílio do governo federal”, afirmou a parlamentar.

Tatiana, por sua vez, destacou que o decreto da prefeitura vai à contramão de tudo o que está sendo feito. “Os cortes precisam ser feitos de cima para baixo, pois quem ganha mais não irá passar fome, ao contrário desses professores”, salientou. “Falta espírito público e fraternidade à prefeitura, colocando três mil famílias em uma situação difícil”, endossou Lucas Kitão (PSL).

O presidente da Casa, Romário Policarpo (Patriota), disse que o decreto foi feito sem planejamento e lembrou que o documento corta horas extras da Guarda Municipal, que é responsável pelas unidades de saúde e atuam diretamente evitando aglomerações. “Esses locais já estarão sem esse trabalho a partir de hoje, pois não há efetivo”.

Policarpo também disse que a Casa tenta doar recursos e a prefeitura não consegue fazer as aquisições por conta de documentação. “Tem uma hora que a gente cansa de tentar ajudar. Caiado tem trabalhado quase sozinho, pois a prefeitura não consegue receber nossas doações”, completou.

Outro lado 

O líder do prefeito Iris Rezende (MDB) na Câmara Municipal de Goiânia, Wellington Peixoto (DEM), afirmou que a suspensão dos contratos foi feita por orientação da Procuradoria. “Ninguém queria fazer isso, nem mesmo o prefeito. Mas é preciso lembrar que essas medidas são necessárias, só a suspensão dos contratos representam  R$ 9 milhões aos cofres da prefeitura”, defendeu o vereador.

“Iris foi orientado pela Procuradoria que seria ilegal continuar com esses pagamentos. Ele poderia extinguir os contratos, mas não quis fazer isso, pois pensou que os professores poderiam retornar ao trabalho após a pandemia”. Sobre a aquisição de equipamentos, o líder disse que há uma demora pois faltam equipamentos.

Diversos professores que acompanhavam a sessão virtual cobraram posicionamento por parte dos vereadores e da prefeitura de Goiânia. Confira algumas manifestações:

Betty Rosa: precisamos dos nossos empregos, não somos culpados pela situação que aí está.

Rivenildo Gomes dos Santos: Como vamos sobreviver se não temos outra fonte de renda e nem podemos pegar dinheiro de ajuda do governo federal?

Hellen Cristina: Não estamos em quarentena porque queremos, preferia estar em sala de aula, do que em casa e com medo da doença e agora com medo de passar fome. Triste isso

Elenir Batista de Miranda: Que os vereadores sejam sensatos!

Girleide Oliveira: Suspendeu até meu contrato que estou gestante

Jeff Cardoso: #DESEMPREGONÃO