Em programa, PT fala que crise política pode levar à ditadura militar e debocha dos panelaços
06 agosto 2015 às 15h03

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Propaganda partidária chama a população para evitar uma crise política que, segundo a legenda, ameaça a democracia. Sigla ainda diz que oposição “só pensa em si mesma”

O Partido dos Trabalhadores divulgou nesta quinta-feira (6/8) o programa partidário em que chama a população a evitar que a crise política ameace a democracia. O vídeo, que irá ao ar à noite, em rede nacional de TV e rádio, não cita os movimentos contra o governo petista, mas durante os 10 minutos faz referências constantes dizendo que em uma crise política “todos perdem”.
Nesse sentido, o programa da legenda garante a que a ditadura militar foi resultado de uma crise. Com diversos personagens falando de forma positiva do governo, pontuando avanços e investimentos, o foco da propaganda partidária é mostrar que a crise econômica é passageira e que tem sido contornada pelo governo com medidas que não prejudicam o trabalhador.
O ator global José de Abreu é quem apresenta o programa, e o inicia falando que o Brasil tem dois caminhos: o da esperança, e do pessimismo, dizendo que este último leva o País a lugares “mais sombrios”. “Não é melhor a gente não acertar em cheio, tentando fazer o bem, do que errar feio fazendo o mal?”, diz o ator em um momento.
O ex-presidente Lula garante que “a situação não está fácil”, mas que ainda assim, o momento mais difícil do governo PT “é o melhor momento para o trabalhador do que o melhor momento dos governos passados. “Nosso maior ajuste ainda é menor do que o que eles fizeram. Problemas econômicos são solucionados com políticas corretas e corajosas, sem oportunismo. Eu mesmo fiz um ajuste na economia e o Brasil ficou muito melhor”, e completa: “É mais fácil chegar ao porto seguro com quem já foi capaz de enfrentar a crise.”
Em dois momentos do programa, aparecem imagens dos senadores Aécio Neves (PSDB), Ronaldo Caiado (DEM), José Agripino (DEM) e do deputado federal Carlos Sampaio (PSDB). O vídeo visa mostrar que estes políticos tentam criar movimentos para desestabilizar o governo e ainda diz: “Não se deixe enganar por quem só pensa em si mesmo.”
A presidente da República, Dilma Rousseff (PT), a última política a falar, garante que energia e ideias para superar a crise não faltam, e que está ao lado do povo brasileiro. “Sei suportar pressões e até injustiças”, diz, se referindo às movimentações que pedem pelo seu impeachment. Segundo a presidente, os anseios da população mudaram, e agora todos exigem mais e não se satisfazem com pouco.
Ainda em defesa das ações de Dilma e no sentido de criticar as movimentações contra o governo, o presidente do PT, Rui Falcão, também participa da propaganda partidária dizendo aqueles que afirmam que a crise econômica é estritamente brasileira querem apenas enfraquecer o governo e tumultuar a política. “Uma coisa é cobrar e criticar, outra é tentar desestabilizar um governo eleito democraticamente. Isso não podemos admitir”, sustenta.
Ao final, o ator José de Abreu ironiza os “panelaços” que têm sido realizados por parte da população quando se ouve discursos e programas da presidente Dilma. Em tom de riso, o global afirma que começaram a dar uma nova utilidade às panelas. “Só queremos lembrar que somos o partido que mais encheu a panela dos brasileiros”, e completa: “Se tem gente que se encheu de nós, paciência. Estamos disposto a ouvir, corrigir e melhorar. Mas, com as panelas, vamos continuar fazendo o que a gente mais sabe: enchê-las de comida e esperança.”