Após ter suas propostas de campanha para a área de Saúde postas em descrédito pelo ex-secretário de Saúde Antonio Faleiros, a assessoria do governadoriável pelo PSB, Vanderlan Carodoso, emitiu uma nota em resposta às críticas.

No comunicado, é defendido o desconhecimento de Faleiros quanto ao funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS).  Veja na íntegra:

É alarmante imaginar que um secretário de Estado da Saúde – por duas vezes –  e um dos principais executores da desestruturação da Saúde Pública no Estado de Goiás desconheça não só o SUS, mas a política atual de governo que ele defende.

É importante destacar que o SUS é um sistema tripartite, nos quais seus recursos são provenientes da União, Estado e Município, sendo que o segundo aplica 12% da Receita Corrente Liquida e o último 15%. Ou seja, os recursos do sistema também são do Estado de Goiás.

Recentemente foi publicado no jornal O Popular matéria que fala sobre a falta de leitos de UTI infantil. Nessa matéria, a Secretaria de Saúde, informa a contratação de leitos de UTI infantil de retaguarda para o Hospital Materno Infantil.  Ou seja, a OS que gere o Hospital Materno Infantil pode contratar leitos na rede privada por meio dos recursos do contrato de gestão, recursos do Sistema Único de Saúde

Essa mudança nos contratos de gestão veio depois de Vanderlan anunciar a proposta do Banco de Leitos. Contudo, a cópia mal feita da proposta não resolveu e não resolve o problema da falta de leitos no Estado.

Vale ressaltar que essa não é a primeira vez que o atual governo demonstra desconhecimento ao tentar desqualificar o projeto do Banco de Leitos, do Plano de Metas da coligação Participação Popular. Em março, o governo divulgou nota questionando o número de Leitos SUS apresentado por Vanderlan em Rio Verde.

À época, o governo alegou que o número de leitos no Estado cresceu acima da média nacional entre 2009 e 2014.Isso realmente ocorreu, mas graças aos municípios, que registraram um acréscimo de 321 leitos, segundo o DATASUS. Diferente do Estado, que contribuiu de forma insignificativa com apenas sete leitos.

Encararmos os problemas da Saúde diferente do atual governo, que gosta de colocar a culpa das mazelas da saúde nos municípios, mas faz apropriação indébita do trabalho dos mesmos na hora de tentar fazer propaganda do que não conseguiu executar.

Vamos encarar os problemas em conjunto com os municípios. E para cumprir com essa diretriz elaboramos três projetos estruturantes e integrados, de forma que não podem ser analisados e compreendidos separadamente:

– Franquia Saúde: Este projeto visa fortalecer o atendimento básico e de urgência e emergência pelos municípios de forma que o serviço seja prestado com qualidade, para isso o Estado formará equipes de alto desempenho para prestar assessoria e apoio aos municípios que desejaram, a desenvolver e implantar projetos, captar recursos e capacitar as equipes de saúde dos municípios.

– Saúde Perto de Você: Neste projeto serão construídos 4 hospitais regionais para os tratamentos de média e alta complexidade, distribuídos conforme a demanda. Estes hospitais atenderão os pacientes encaminhados pelos municípios após o atendimento básico ou de urgência e emergência que necessitarem de tratamento de maior complexidade.

– Saúde Acesso Total: Este projeto é complementar aos demais, no sentido de atender às demandas que os outros dois não conseguirem, ou seja, um paciente que após receber o atendimento primário no município, se necessário será encaminhado (regulado pelo município) a um hospital regional ou outro hospital da rede pública na maioria das situações. Caso não haja a vaga ou o serviço na rede pública, com o projeto Saúde Acesso Total, o paciente será atendido na rede privada, custeado pelo Estado, até que haja vaga na rede pública.

Para isso, será estruturado um banco de oferta de leitos e serviços numa espécie de bolsa de oferta, no qual o Estado, quando precisar, selecionará a melhor oferta para o serviço demandado, podendo ser no território goiano ou em outras unidades da federação. Por fim serão criados mecanismos para incentivar a abertura e manutenção de leitos pelos hospitais privados atenderem ao SUS.

O projeto em nada se assemelha ao que é feito atualmente, no qual o governo apenas complementa a tabela do SUS, ou seja, não há uma garantia efetiva de ampliação do número de vagas e de oferta de serviços.