Texto se refere a participação do presidente no ato em que apoiadores pediam, de forma explicita, intervenção militar, fechamento do Congresso e do STF

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O Sindicato dos Docentes das Universidades Federais (Adufg-Sindicato) divulgou nesta segunda-feira, 20, nota de repúdio contra as declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), durante manifestação do último domingo, 19, em que discursou para grupo que pedia intervenção militar e fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF).

“É inadmissível que um chefe de Estado participe de um protesto que peça a intervenção das forças militares contra os demais poderes da República”, diz parte do texto. O sindicato também criticou a postura do presidente em incentivar aglomerações em meio ao enfrentamento da pandemia de coronavírus.

Nota

Bolsonaro se comporta como emissário da morte

Tendo em vista a manifestação do presidente da República, Jair Bolsonaro, na tarde deste domingo (19/04), o Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato) manifesta seu total repúdio às declarações de apoio à ruptura democrática. É inadmissível que um chefe de Estado participe de uma manifestação que, dentre outros propósitos absurdos, peça a intervenção das forças militares contra os demais poderes da República. Ao incentivar aglomerações em um momento onde o mundo todo enfrenta uma grave pandemia, Bolsonaro se comporta como emissário da morte.

Jair Messias Bolsonaro mostrou, mais uma vez, que não respeita a democracia e a Constituição Federal. Também comprovou, assim como em outras ocasiões, que não está à altura do cargo que ocupa. Atos que contrariem o Estado Democrático não podem ser tolerados.

Além de defender a ruptura do processo democrático, Bolsonaro afrontou às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) ao participar e incentivar uma grande aglomeração. O mundo inteiro está unido contra o coronavírus, enquanto o presidente do Brasil se junta aos representantes da extrema-direita para desrespeitar os esforços conjuntos de milhões de brasileiros e brasileiras, que têm lutado para manter o isolamento social, que é considerado o único meio eficaz para combater o novo vírus.

O Brasil não pode mais seguir sob o comando de um presidente que não esconde que é genocida e prefere ver a morte de milhões de pessoas do que assumir a responsabilidade de criar políticas que, de fato, garantam a sobrevivência financeira da população diante deste momento de crise.

O Adufg-Sindicato permanecerá firme a defesa do Estado Democrático Direito e das instituições constitucionalmente fundadas. Não se trata de uma luta meramente política, mas sim da defesa dos direitos individuais, da democracia e da vida de milhões de brasileiros.