Em medida inédita, Forças Armadas abrem alistamento militar feminino; entenda
02 janeiro 2025 às 19h15
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Pela primeira vez na história do Brasil, as Forças Armadas abriram oficialmente o alistamento militar voluntário para mulheres, com a oferta de 1.465 vagas para aquelas que completam 18 anos em 2025. O processo começou na quarta-feira, 1º de janeiro, e seguirá até 30 de junho, com expectativas de crescimento no número de candidatas ao longo do período. Goiás se destaca, figurando como o estado com o maior número de municípios contemplados, com oito localidades aptas a realizar o alistamento.
A iniciativa, autorizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em agosto de 2024, visa ampliar o efetivo militar e dar uma oportunidade histórica para as mulheres no Exército, na Marinha e na Aeronáutica. De forma inédita, as mulheres poderão se alistar de forma voluntária, o que marca um passo na busca por mais representatividade e inclusão nas Forças Armadas.
A abertura do alistamento representa uma mudança real no setor de defesa, tradicionalmente dominado por homens. A medida reflete também um esforço para modernizar e diversificar o contingente das Forças Armadas, que, até agora, contavam com uma participação de apenas 10% de mulheres no efetivo. Contudo, elas também têm conquistado espaço em setores de combate, por meio da participação em concursos específicos, como os realizados na Escola Preparatória de Cadetes do Exército e na Escola Preparatória de Cadetes do Ar.
Em 2025, as mulheres que nascem em 2007 poderão concorrer a vagas nas áreas do Exército, Marinha ou Aeronáutica, com uma seleção que inclui entrevista, exames de saúde e testes físicos. A faixa de 1.465 vagas disponíveis será dividida entre as diferentes Forças: 1.010 vagas para o Exército, 300 para a Aeronáutica e 155 para a Marinha.
O alistamento feminino ocorre em um contexto em que a participação das mulheres nas carreiras militares já era realidade, mas de uma maneira diferente. Desde a década de 1980, as mulheres entraram para o serviço militar em funções auxiliares ou temporárias, sobretudo nas áreas de saúde, ensino e logística. Entretanto, a mudança de agora vai além, oferecendo a chance de integrar o efetivo combatente, conforme o interesse e aptidão da candidata.
Em Goiás, a medida se estende a oito municípios e possibilita que muitas jovens goianas entrem no processo de seleção. Com a abertura de novas vagas e a inclusão progressiva de mulheres no efetivo, espera-se que o número de candidatas por todo o Brasil aumente. Além disso, o processo de alistamento online, iniciado neste mês de janeiro, visa simplificar o procedimento, especialmente para aquelas que vivem em regiões mais distantes, permitindo a inscrição sem sair de casa.
Para completar a primeira fase, o alistamento, as interessadas podem se inscrever em qualquer Junta de Serviço Militar dos 28 municípios estabelecidos no Plano Geral de Convocação: Águas Lindas de Goiás (GO), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Campo Grande (MS), Canoas (RS), Cidade Ocidental (GO), Corumbá (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Formosa (GO), Fortaleza (CE), Guaratinguetá (SP), Juiz de Fora (MG), Ladário (MS), Lagoa Santa (MG), Luziânia (GO), Manaus (AM), Novo Gama (GO), Pirassununga (SP), Planaltina (GO), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Santa Maria (RS), Santo Antônio do Descoberto (GO), São Paulo (SP) e Valparaíso de Goiás (GO).
Como parte dos preparativos, as candidatas devem indicar a Força que preferem integrar. Além disso, um ponto importante do processo de inscrição é que a disponibilização das vagas levará em conta a aptidão física, os requisitos das Forças Armadas e as especificidades de cada instituição. Uma vez aceitas, as selecionadas são incorporadas ao Exército, Marinha ou Aeronáutica, e iniciam o período de serviço.
A previsão para a incorporação das selecionadas acontece no primeiro semestre de 2026, com possíveis datas entre 2 a 6 de março e de 3 a 7 de agosto. O serviço tem duração inicial de 12 meses, podendo ser prorrogado por até 8 anos, conforme o critério de cada Força. Após esse período, as mulheres podem ser desligadas e ingressar na reserva não remunerada. Para garantir a eficiência do processo, as interessadas deverão cumprir todas as etapas da seleção, incluindo exames clínicos e laboratoriais. Importante notar que qualquer falta ou não comparecimento nas fases de seleção resultará na desqualificação automática da candidata.
O aumento da oferta de vagas, com metas que alcançam 20% do total do efetivo militar, prevê que a presença feminina cresça nos próximos anos. A cada ano, as oportunidades para as mulheres nas Forças Armadas tendem a aumentar, refletindo o desejo de formar um corpo militar mais plural e equilibrado em termos de gênero. Por enquanto, no processo de 2025, elas disputam vagas limitadas, mas há uma projeção para que esse quadro mude, e as mulheres passem a ocupar cada vez mais espaços nas carreiras militares.
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