Em live, Eduardo Bolsonaro sugere necessidade de “medida enérgica” do presidente
28 maio 2020 às 06h28

COMPARTILHAR
Deputado comentou sequências de acontecimentos, como divulgação do vídeo ministerial e operação que investiga aliados do presidente em apuração de ameaças feitas contra ministros do STF e disseminação de conteúdo falso nas redes sociais

Durante entrevista ao canal Terça Livre na noite desta quarta-feira, 27, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) sugeriu a futura necessidade do pai, presidente Jair Bolsonaro, adotar “medidas enérgicas”. O deputado ainda falou sobre um “momento de ruptura” e ressaltou que a questão é “quando” isso vai acontecer.
“Essa postura, eu até entendo quem tem uma postura mais moderada, vamos dizer, para não tentar chegar ao momento de ruptura, um momento de cisão ainda maior, um conflito ainda maior. Eu entendo essas pessoas que querem evitar esse momento de caos. Mas falando bem abertamente, opinião do Eduardo Bolsonaro, não é mais uma opinião de ‘se’, mas de ‘quando’ isso vai ocorrer”, afirmou, se referindo à divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril e à operação da Polícia Federal que executou mandados de busca e apreensão em endereços de aliados do presidente durante apuração de ameaças feitas contra ministros do STF e disseminação de conteúdo falso nas redes sociais.
Eduardo Bolsonaro disse que quando chegar o momento do presidente tomar “medida energética”, ele será tachado de ditador.
“Quem que é o ditador nessa história? Vale lembrar que, antes do Bolsonaro assumir, falavam que ocorreriam tempos sombrios, perseguição a negros, a pobres, a gays, às mulheres, etc. Pergunta que eu faço: quantas imprensas fecharam no Brasil devido a ordem do presidente? Zero. Quantos presos políticos existem no Brasil? Zero. E a gente está vendo aqui uma iniciativa atrás da outra para esgarçar essa relação. E, depois, não se enganem: quando chegar ao ponto em que o presidente não tiver mais saída e for necessária uma medida enérgica, ele é que será tachado como ditador”, declarou o deputado.
Risco para a independência dos poderes
O relator do inquérito que apura ameaças contra ministros do STF e disseminação de fake news, Alexandre Moraes, afirmou que o conteúdo apurado aponta para a existência de uma organização criminosa.
“As provas colhidas e os laudos técnicos apresentados no inquérito apontaram para a existência de uma associação criminosa dedicada à disseminação de notícias falsas, ataques ofensivos a diversas pessoas, às autoridades e às Instituições, dentre elas o Supremo Tribunal Federal, com flagrante conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática”, escreveu o ministro.
Moraes também ressaltou que a atuação dos integrantes “atinge um público diário de milhões de pessoas”, o que apresenta um risco para a independência dos poderes e para o Estado de Direito.