Sob a supervisão da DGAP, reeducandos já produziram mais de 11 mil aventais e 180 mil máscaras em todo o Estado.

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Em Goiás, detentos de oito unidades prisionais produzem equipamentos de proteção individual (EPIs), sob a supervisão da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), que serão utilizados pelos próprios servidores do sistema prisional além de serem destinados a outras instituições do Estado e Municípios.

Devido à possível falta dos produtos no mercado e ao aumento abusivo de preços, foram estabelecidas várias parcerias entre a Diretoria-Geral, prefeituras, empresas privadas, além da Universidade Federal de Goiás (UFG) para a confecção do produto dentro da própria DGAP. Investimentos com recursos públicos também estão sendo feitos para aquisições de EPIs na instituição.

O gerente de Produção Agropecuária e Industrial da DGAP, Moacir Ferreira da Silva Júnior explica que, apenas para atender os servidores do sistema prisional, seriam necessárias 100 mil máscaras descartáveis, por mês. Com o trabalho de produção em parceria, o custo investido pela DGAP na aquisição de EPIs foi reduzido, pois as instituições parceiras passaram a entrar com a doação de toda a matéria-prima necessária, e o Estado com a mão de obra carcerária.

“Hoje estamos com oito polos ativos e mais três com previsão de início ainda este mês e, atualmente, a DGAP está fazendo cerca de 8 mil peças por dia [entre máscaras e aventais descartáveis]”, explica Moacir. Além dos servidores do sistema prisional, outros órgãos já receberam os EPIs produzidos pela DGAP, como a Superintendência da Polícia Técnico-Científica, Polícia Militar, Polícia Civil, assim como hospitais, instituições privadas parceiras e secretarias Municipais de Saúde.

“No total, já foram produzidos mais de 11 mil aventais e 180 mil máscaras em todo o Estado. Destes, só para a própria DGAP foram mais de 100 mil entregues”, ressalta o gerente. Trabalham na confecção desses equipamentos de proteção individual cerca de 150 detentos que já têm experiência e, a maioria, ainda tem formação pelo Senai em corte e costura.

Parceria com a UFG

No sistema prisional, já havia em funcionamento pólos de confecção, que foram adaptados ao trabalho de produção dos EPIs. Houve também apenas alguns ajustes em relação ao modelo e formato das máscaras e aventais, orientados a partir de parceria com a UFG. A colaboração da Universidade foi fundamental para a implantação de protocolos sanitários, “orientando qual a melhor forma de trabalhar e o espaçamento adequado”, pontua Moacir Júnior.

Para o diretor-geral de Administração Penitenciária, Coronel Agnaldo Augusto da Cruz, além de auxiliar no combate e enfrentamento do coronavírus, a produção dos EPIs traz outros aspectos positivos para os detentos. “O preso tem a oportunidade de desenvolver uma atividade de ocupação, ele continua a trabalhar e, inclusive, a receber uma remuneração”, explica coronel Agnaldo Augusto.

Conforme o titular da DGAP, a utilização de mão de obra carcerária traz outro ponto positivo, que é a remissão de pena, prevista na Lei de Execução Penal.