Em entrevista ao Fantástico, Moro critica aliança do governo com Centrão
25 maio 2020 às 06h32

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Ex-ministro da Justiça também alegou que Bolsonaro usou sua imagem por ter “passado de combate à corrupção”, mas que, na realidade, presidente não se preocupa com essa agenda

Na noite deste domingo, 24, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro concedeu uma entrevista ao Fantástico, na Rede Globo. Na ocasião, Moro alegou que Jair Bolsonaro usou sua imagem por ter “um passado de combate à corrupção”, no entanto, o presidente não se importa com essa agenda. Logo após, o ex-ministro criticou as alianças que o governo vem fazendo com o Centrão, com o intuito de garantir a governabilidade.
“Não digo que não se deva fazer aliança para governar, mas algumas, com algumas pessoas, são questionáveis”, disse Moro.
O ex-deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB, é um dos novos aliados de Bolsonaro que causa polêmica. O petebista foi condenado condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo do Mensalão. O ex-deputado ainda chamou Sergio Moro de traidor e citou um “código de ética” entre bandidos de facções criminosas. “Os bandidos são leais”, declarou no podcast “Abrindo o Jogo'”, produzido pela repórter Edilene Lopes.
Repercussão
Na entrevista, Moro criticou a falta de compromisso de Bolsonaro com combate a corrupção e falta de apoio ao Pacote Anticrime.
“E, após a decisão do Supremo Tribunal Federal derrubando a prisão em segunda instância houve uma iniciativa legislativa para recompor isso e não houve uma palavra de apoio por parte do presidente”, afirmou o ex-ministro. “Mas a gota d’água foi a tentativa de interferência na Polícia Federal” concluiu, após defender que ficou no governo por um ano e quatro meses na esperança de que a situação mudasse.
A entrevista com Moro já começou a receber replicações. Em sua conta no Twitter, o filho do presidente, deputado federal Eduardo (PSL-SP), escreveu:
Me desculpe se é uma verdade incoveniente, mas faltou hombridade, lealdade, fidelidade e compromisso com a proposta eleita democraticamente em 2018.
O servidor público serve ao povo, não à sua biografia.

