Durante a abertura da reunião ministerial do G20, em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que quer apresentar proposta de convocação de uma nova conferência de revisão da Carta da Organização das Nações Unidas (ONU), o tratado fundamental da entidade. O G20 é o grupo de reúne as maiores economias do mundo.

Anteriormente, Lula havia defendido uma revisão “ampla” da carta da ONU. A defesa aconteceu no discurso de abertura da 79ª Assembleia Geral, porém sem mencionar a possibilidade de propor uma conferência para tratar do assunto.

Lula afirmou que a proposta a ser apresentada tem como base o artigo do documento que prevê reunião de países-membros em uma conferência destinada a rever o tratado. “O Brasil considera apresentar proposta de convocação de uma conferência de revisão da carta da ONU com base no seu artigo 109”, afirmou Lula.

Para Lula, a ONU deve centralizar a governança global porém passa por uma “crise de confiança”, que precisa ser “restabelecida”.

“Cada país pode ter sua visão quanto ao modelo de reforma da governança global ideal, mas precisamos todos concordar quanto ao fato de que a reforma é fundamental e urgente […] Não podemos nos furtar de transformações estruturais”, avaliou.

Conselho de segurança

Entre as demandas de Lula está a reforma do Conselho de Segurança da Onu. Essa defesa acontece desde o primeiro mandato de Lula, que começou em 2022. O petista defende uma cadeira permanente no colegiado para o Brasil.

No momento, apenas cinco países tem cadeiras permanentes no Conselho: EUA, Reino Unido, China, Rússia e França, e outros 10 possuem cadeiras rotativas. Os membros permanentes podem, nas votações, vetar resoluções, ponto que Lula critica com frequência.

“Na sua atual configuração, o Conselho de Segurança tem se mostrado incapaz de resolver conflitos e, menos ainda, de preveni-los. Falta transparência no seu funcionamento, falta coerência nas suas decisões”, disse Lula nesta quarta.

“Milhões de pessoas sofrem as consequências dessa ineficácia. Com mais representatividade, em especial da África e América Latina e Caribe, teremos mais chance de superar a polarização que paralisa o órgão”, completou.

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