Em Brasília, professor de Colégio Militar é afastado após criticar atuação da PM em protestos e “fascismo”
05 junho 2020 às 07h10
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Durante aula online, professor de geografia mencionou diferença de tratamento entre manifestantes pró-Bolsonaro e contrários ao governo
Nesta quinta-feira, 5, o Colégio Militar de Brasília (CMB) convocou uma reunião com pais para explicar o afastamento do professor de geografia Cláudio Fernandes, que também pertence ao Exército Brasileiro. De acordo com informações, Fernandes foi afastado após criticar, durante uma aula, a abordagem de policiais militares nos protestos contra o governo deste fim de semana.
O jornal Metrópoles apurou que o professor dava aula por meio de uma live na quarta-feira, 3, para o 9º ano do ensino fundamental, quando fez as críticas.
“No domingo, como vocês devem ter acompanhado, houve dois protestos. Uma senhora branca, falsamente com uma bandeira do Brasil nas costas, patriota de araque que ela é, e com um tremendo de um taco de beisebol: para fazer o que? O policial [disse]: ‘Não, minha senhora, saia daqui, e tal’. Enquanto que os outros manifestantes foram tratados a bomba de gás lacrimogênio”, apontou o professor.
Fernandes continuou fazendo analogia entre a atual situação do Brasil e o fascismo. “Isso é para vocês refletirem que mundo de escuridão que a gente dá. E é esse o problema, porque isso tudo remete a um fascismo, que a gente não quer mais no mundo. E esse mundo é de todos”, completou.
O diretor-geral do Colégio Militar de Brasília, Coronel Vinícius, confirmou o afastamento. “Já determinei a abertura de um processo administrativo para esclarecer a situação e apurar responsabilidades”, declarou.