Em ato na Paulista, apoiadores reafirmam: “sem Bolsonaro nas eleições, golpe é do outro lado”

07 setembro 2025 às 19h22

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Milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniram na tarde deste domingo, 7, na avenida Paulista, em São Paulo, em um ato que pediu anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro e reforçou a defesa do nome do ex-presidente como candidato em 2026. “Sem Bolsonaro nas eleições, golpe é do outro lado”, afirmavam os participantes.
“Não temos plano B. Nosso plano é Bolsonaro presidente”, afirmou o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, arrancando aplausos da multidão. O discurso foi repetido por outros aliados, que insistiram em tratar Bolsonaro como candidato natural à sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também reforçou a ideia. “Deixa o Bolsonaro ir para a urna, qual o problema? Ele é o nosso candidato”, declarou. Ele ainda contestou acusações contra o ex-presidente e pediu que o Congresso paute a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, adotou tom emocional ao falar sobre a prisão domiciliar do marido. “Hoje, ele não pode falar. Ele gostaria muito de estar aqui ou até entrar em videochamada. As nossas liberdades estão cerceadas. Não vamos desistir. Em breve, isso tudo vai passar”, disse, afirmando que tem se desdobrado para cuidar do ex-presidente no dia a dia.
O pastor Silas Malafaia, organizador do ato, atacou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e voltou a afirmar que Bolsonaro e seus aliados são alvo de perseguição política. Já o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) chamou Moraes de “ditador”.
Bolsonaro, em prisão domiciliar e inelegível após condenação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não participou do evento — nem mesmo por vídeo, o que seus aliados atribuíram a restrições judiciais. Na próxima terça-feira (9), o STF retoma o julgamento em que o ex-presidente pode ser condenado por tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes, com penas que podem chegar a 43 anos de prisão.
Apesar das restrições legais, apoiadores insistiram em tratá-lo como o nome do campo conservador para 2026. Bandeiras do Brasil, dos Estados Unidos e de Israel foram erguidas pelos manifestantes, que também carregaram faixas pedindo liberdade, democracia e anistia, além de críticas a Moraes e ao presidente Lula.
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