Nicodemos Júnior Estanislau Morais atuava em Goiás, Distrito Federal, Paraná e Pará; em Brasília, já havia sido condenado por violação sexual mediante fraude

Ginecologista e obstetra, Nicodemos Júnior Estanislau Morais | Foto:  Instagram/Reprodução

Preventivamente, a Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Anápolis, prendeu um ginecologista de 41 anos por suspeita de abusar três vítimas na cidade. Nicodemos Júnior Estanislau Morais tem o registro profissional (CRM) ativo nos estados de Goiás, Pará, Paraná e Distrito Federal – sendo suspeito de violentar outras vítimas nestes locais.

Após a operação, várias outras mulheres de Goiânia, Brasília e Pirenópolis ligaram na delegacia e afirmaram que vão registrar ocorrência. A Deam de Anápolis já ouviu seis mulheres vítimas do médico investigado. O levantamento é que, até o momento, existam 20 mulheres vítimas de Nicodemos.

Em Brasília, o médico chegou a ser condenado por violação sexual mediante fraude. As vítimas goianas relataram a mesma forma de falar e agir da que foi registrada nos casos do Distrito Federal. Já no Paraná, uma mulher chegou a registrar ocorrência, mas o caso foi arquivado.

Em coletiva de imprensa, a delegada Isabella Joy afirmou que os policiais chegaram ao consultório antes do próprio médico, na manhã desta quarta-feira, 28, e enquanto aguardavam, conseguiram informações com as secretárias do local. De acordo com as funcionárias, pacientes costumeiramente reclamavam de como as consultas e os exames eram conduzidos, mas nada era feito.

“As secretárias afirmaram que as vítimas iam lá reclamar depois do exame e que até maridos já reclamaram, mas ele não os atendia e ficava por isso mesmo”, esclareceu a titular da Deam de Anápolis. Ela ainda afirmou que, ao ser preso, Nicodemos apresentou certa tranquilidade, mas passou a ficar nervoso ao passo que a delegada leu as denúncias em questão. “Disse que só falaria na presença de um advogado”, acrescentou Isabella.

De acordo com a Deam, as investigações da Operação Sex Fraud tiveram início no dia 15 de setembro e desde então foi possível encontrar várias mulheres que acusaram o médico de ter as violado. Devido à atuação em outros estados, os policias ressaltam a possibilidade da existência de outras vítimas – justificando a divulgação da imagem do suspeito, de acordo com a Portaria da Polícia Civil de Goiás nº 547/2021 e Lei 13.869.

Em Anápolis, durante a Operação Sex Fraud, os agentes conseguiram representar pela busca e apreensão e prisão preventiva. Após interrogatório, o médico foi encaminhado para a cadeia pública.