Padilha volta à Casa Civil com missão de conter mudanças na Reforma da Previdência
13 março 2017 às 15h31
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Ministro estava afastado para fazer cirurgia de retirada de próstata. Sua permanência no cargo é alvo de especulação desde que ele foi citado em delação da Lava Jato
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), retornou ao cargo nesta segunda-feira (13/3), depois de passar por uma cirurgia de retirada de próstata. Desde que ele se licenciou, há 21 dias, sua permanência no governo é motivo de especulação, já que ele foi citado 45 vezes em delação premiada da Operação Lava Jato.
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Segundo o ex-assessor e amigo do presidente Michel Temer (PMDB) José Yunes, ele teria recebido, a pedido de Padilha, um “pacote” de dinheiro entregue pelo operador Lúcio Funaro, ligado ao ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB). Na volta ao cargo, o ministro minimizou a delação e não quis comentar as acusações.
Em resposta às pressões para que ele demitisse envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras, Temer disse que só afastaria membros do governo caso eles fossem considerados réus na operação. Se o ministro em questão for denunciado formalmente, pode ficar temporariamente fora do cargo.
Também nesta segunda-feira (13), o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, deve apresentar uma lista denunciando cerca de 80 políticos mencionados em delações. Como Padilha pode estar entre os alvos do pedido, fica a dúvida se Temer irá mantê-lo e começam as especulações de quem tomaria seu lugar – até o goiano Jovair Arantes (PTB) foi citado como um possível substituto.
Apesar das orientações médicas para que ele ficasse pelo menos mais uma semana em repouso, Padilha voltou para tentar impedir alterações na Reforma da Previdência. Muito polêmica, a proposta do governo enfrenta objeções inclusive na base aliada e pode ser modificada no Câmara dos Deputados.
Padilha vai atuar na articulação junto aos deputados federais. Entre os pontos mais controversos está o estabelecimento de uma idade mínima para aposentadoria, um dos mais defendidos por Temer. Questões como a aposentadoria de trabalhadores rurais e militares também devem gerar intensas discussões.