Eleitores americanos enxergam um país dividido, independentemente do resultado das eleições
05 novembro 2024 às 21h30
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Às vésperas das eleições, eleitores em Washington, D.C., demonstram ansiedade e incerteza sobre o futuro dos Estados Unidos, enquanto aguardam para votar. Em uma fila de quase uma hora em frente ao centro de recreação de Stead Park, muitos conversam sobre o clima de divisão política no país em reportagem da Veja.
Vincent Slatt, 45 anos, expressa sua apreensão : “Estou com medo e ansioso. Amanhã, as pessoas vão continuar a viver no país”. Vestindo um boné em apoio a Kamala Harris, Slatt explica que sente angústia pela polarização intensa, alimentada por ataques de ambas as campanhas.
“Nos últimos anos, as novas tecnologias deixaram muitos trabalhadores sem trabalho, essa é a receita para a guerra civil”, defende com preocupação o bibliotecário. A capital americana, tradicionalmente liberal, tende a apoiar o Partido Democrata, com muitos eleitores inclinados a votar em Kamala Harris em vez de Donald Trump.
Erica Burnett, 39 anos, acredita que a polarização pode diminuir após as eleições. “Espero que voltemos a ter mais racionalidade. Quem vota nos democratas não acredita em tudo o que o partido diz. E isso vale para os republicanos também.”
Katie Beguelle, 28 anos, que se mudou de uma pequena cidade em Massachusetts, onde o apoio aos republicanos é forte, sente alívio em viver em Washington. “Minha cidade foi ficando cada vez mais vermelha (a cor dos republicanos). Há algum tempo começaram a promover paradas de orgulho irlandês, uma espécie de ato racista”, conta. “Tenho uma tia trumpista com quem parei de falar por um mês porque o diálogo se tornou impossível.”
Tim Cos, 64 anos, que compareceu para votar ao lado do marido, lamenta as amizades perdidas. “Não tenho nenhuma pessoa próxima que vota no Trump hoje em dia, mas costumava ter amigos que votavam em republicanos”, diz ele, que reputa a divisão do país ao ex-presidente.
Nick Howard, 48 anos, uma das poucas pessoas na fila que declara apoio a Trump, diz que, embora considere a escolha imperfeita, acredita ser o melhor para o país. “Não é nossa melhor opção, mas é o que será melhor para os Estados Unidos”, defende com resignação, sem acreditar que a divisão política ira terminar após o pleito.
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