Goianos dizem não ter simpatia ideológica, mas optam mais pela direita e centro
26 setembro 2024 às 17h42
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A maioria da população de Goiás afirma não se identificar com nenhum espectro político, revela pesquisa do Data Senado, divulgada nesta quinta-feira, 26, que traça o perfil ideológico dos eleitores brasileiros. A consulta leva em conta a influência de fatores como região, raça, gênero, religião, renda e escolaridade no posicionamento político dos eleitores.
De acordo com o levantamento, 12% dos eleitores goianos se consideram de esquerda, 34% de direita, 13% de centro, 36% nenhuma das alternativas e 6% não souberam ou preferiram não responder. Quando analisados os três espectros ideológicos em Goiás, a direita tem maioria. A distribuição da população que se considera mais de direita no Estado é de cerca de 1,9 milhão. Já o centro abarca cerca de 734 mil, enquanto a esquerda teria aproximadamente 682 mil.
A pesquisa foi realizada entre 5 e 28 de junho, quando foram entrevistados, por telefone, 21.808 cidadãos, em amostra representativa da população brasileira, ou seja, de quase 170 milhões de pessoas (169.840.184) com 16 anos ou mais.
Nacional
A pesquisa avalia a opinião dos brasileiros para indicar prioridades para a atuação parlamentar e quantificar percepções em relação à democracia brasileira; ao desempenho do parlamento; e aos principais temas em debate no país, inclusive aqueles que se inserem no contexto de eleições, como a identificação ideológica do eleitor.
No contexto nacional, 15% se consideram de esquerda, 29% direita, 11% centro, 40% nenhuma das alternativas e 6% preferiram não responder ou não sabem. O posicionamento de 47% dos brasileiros que se autodeclaram de raça branca ou amarela é de independência ideológica ou de eleitores que se consideram de centro. Mas é no segmento dos eleitores brancos que se encontram o maior percentual de brasileiros de direita (32%) no comparativo com as outras raças (preta/parta/Indígena).
Nos estados de Rondônia, Santa Catarina e Mato Grosso, há maior concentração de eleitores de direita, enquanto Pernambuco, Bahia e Ceará registram mais eleitores que se identificam com a esquerda.
Mulheres se identificam menos com ideologia
A pesquisa mostrou ainda que as mulheres tem menor afinidade ideológica. Na estratificação por gênero, 46% das mulheres responderam que não preferem nenhuma das alternativas, enquanto a maioria dos homens se consideram mais de direita (34%), já 24% das mulheres preferem a direita. 14% das mulheres responderam se identificar mais com a esquerda, enquanto 9% são de centro.
Entre os brasileiros que se autodeclaram brancos, 32% se consideram de direita, o maior percentual entre os grupos raciais. Já em relação ao gênero, 34% dos homens se identificam com a direita, número que cai para 24% entre as mulheres.
A religião também impacta a visão política: eleitores evangélicos têm uma inclinação maior à direita (35%) em comparação aos católicos (28%). Além disso, eleitores de maior renda tendem a ser menos neutros politicamente, com preferência crescente pelo centro conforme a renda aumenta.
No que diz respeito à escolaridade, 21% dos eleitores com nível superior se identificam com a esquerda, mas a neutralidade ideológica é mais comum entre os menos escolarizados, atingindo 45% daqueles com ensino fundamental incompleto.
Quanto às eleições, 81% dos brasileiros apoiam a responsabilização das redes sociais por notícias falsas, e a confiança nas urnas eletrônicas é significativamente maior entre os eleitores de esquerda (86%) do que entre os de direita (36%).
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