Poucos dias após a votação que elegeu Márcio Corrêa, do PL, como o novo prefeito de Anápolis, já tiveram início as primeiras articulações e ‘conversas de corredor’ a respeito da sucessão da mesa diretora da Câmara Municipal anapolina. Corrêa, cujo grupo conseguiu eleger cerca de 10 vereadores para a Casa (alguns falam em 11 já fechados com o prefeito), ainda não teria batido o martelo sobre quem apoiar para a presidência, mas, conforme apurado pela reportagem, já estaria atento às movimentações que devem definir o cenário do Legislativo a partir de 2025.

Até o momento, segundo apurado pela reportagem, há quatro possíveis candidatos para presidente da Casa: Andreia Rezende, do Avante; Zé Fernandes, do MDB; Jean Carlos, do PL; e Dominguinhos, do PDT. Ao menos três dos quatro são do grupo de Corrêa, o que indica um longo caminho de conversas para a definição do nome que levará o apoio do prefeito e do grupo na disputa.

Irmã do deputado estadual Amilton Filho, a vereadora reeleita Andreia Rezende já teria revelado nos bastidores que pretende concorrer ao cargo de presidente da Câmara em janeiro. Ao Jornal Opção, a parlamentar – segunda mais votada desta eleição em Anápolis – não confirmou e nem negou, mas disse as conversas sobre o pleito, apesar da fase inicial, já começaram. De volta à Câmara nesta semana após o fim do período de licença-maternidade, Andreia declarou, no entanto, que independente da próxima gestão, o Legislativo anapolino deverá ter uma relação “harmoniosa, mas independente” com o Executivo.

Leia também: ‘Vamos governar para todos’, diz Márcio Corrêa em discurso de agradecimento aos anapolinos

Também integrante do grupo de Márcio Corrêa, Zé Fernandes – vereador mais votado do pleito – confirmou que pode disputar a presidência da Casa, mas admitiu que o possível apoio do prefeito ainda permanece desconhecido.

Atual presidente da Câmara de Anápolis, Dominguinhos (que apoiou Eerizania Freitas no primeiro turno) deve disputar a reeleição e já estaria com as conversas em andamento. Conforme apurado pela reportagem, a candidatura de Dominguinhos passaria por uma articulação do vereador Jakson Charles, do PSB, atual líder de Naves na Câmara.

Jakson, por sua vez, disse ao Jornal Opção ter apoiado a candidata Eerizania Freitas no primeiro turno, mas que esteve ao lado de Corrêa no segundo, e que se colocou à disposição para uma relação harmoniosas entre o Legislativo e o Executivo. “Conversei com o Márcio Corrêa hoje. Ele disse que precisa da minha ajuda, dos vereadores, para governar. E vou ajudar, no que o prefeito precisar”, contou.

Conforme mencionado, nesses primeiros dias pós-votação, Márcio Corrêa tem focado em demandas prioritárias da Prefeitura (o prefeito eleito, inclusive, foi a Brasília nesta quarta-feira para reuniões com lideranças políticas e parlamentares. Apoiador declarado, o senador Wilder Morais, por exemplo, teria garantido a Corrêa o envio de emendas no valor de R$ 6,5 milhões para Anápolis), e apesar de acompanhar as movimentações na Câmara, deve esperar mais para decidir sobre seu candidato à presidente da Casa.

Contudo, o pleito legislativo pode se mostrar como o primeiro teste de força de Márcio Corrêa. Dos 23 vereadores eleitos, entre nove e 11 já estariam na base do prefeito eleito (menos da metade). Caso seja bem-sucedido nas articulações, por meio de seu líder, para a eleição de um nome simpático à gestão, Corrêa pode definir o tom da relação entre os dois Poderes pelo próximo biênio.